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Jornalista relata xenofobia em corrida em Portugal: 'Aqui não é Brasil'

Jornalista Barbara Thomaz relatou xenofobia em Portugal - Reprodução/Instagram
Jornalista Barbara Thomaz relatou xenofobia em Portugal Imagem: Reprodução/Instagram

De Splash, em São Paulo

30/07/2022 08h02Atualizada em 30/07/2022 11h43

A jornalista e apresentadora Barbara Thomaz, 37, relatou um episódio de xenofobia e de misoginia em uma corrida da Uber em Lisboa.

Segundo Barbara, a situação aconteceu de madrugada, quando ela voltava de um jantar com duas amigas. O motorista teria começado a acelerar ao perceber que as passageiras eram brasileiras.

"Estava tão rápido descendo a ladeira que mal conseguia puxar o cinto de segurança para afivelar, uma vez que ele trava nessas situações. Pedimos educadamente para que fosse devagar, mas ele passou a acelerar mais, fazer curvas bruscas, atravessar cruzamentos no farol vermelho", escreveu a comunicadora no Twitter.

"O pânico foi crescendo, pedimos com mais ênfase, pois ele estava colocando nossas vidas em risco. Eis que ele breca repentinamente numa avenida completamente deserta e aos berros começa: 'aqui não é Brasil', 'volta para aquela merda de país', 'brasileira é tudo vagabunda', 'saiam do carro suas cadelas'", contou Barbara.

Ela e as amigas não queriam descer no local deserto, mas saíram ao perceber que o homem pretendia tirá-las do veículo à força.

"Fui puxando minhas amigas porque ele estava descontrolado e agressivo. Nisso vimos que alguns homens começaram a andar em nossa direção. Atravessei aquela avenida correndo até passar um táxi, me joguei na frente dele tamanho medo. Estamos vivas, mas definitivamente não estamos bem. Nossa nacionalidade, gênero e segurança foram atacadas", relatou a jornalista.

No Instagram, Barbara informou que foi ignorada pela Uber de Portugal, que se recusou a passar os dados do motorista para ela realizar um boletim de ocorrência.

Já de volta ao Brasil, ela disse que irá entrar na justiça para conseguir essas informações. "Não pode ficar assim, não pode ficar impune", disse a comunicadora.

Splash entrou em contato com a Uber, que enviou nota: "A Uber não tolera qualquer forma de discriminação. Sempre que temos conhecimento através da aplicação de situações como a indicada, o utilizador e o motorista são contactados com o objetivo de tomar as medidas adequadas que podem passar pela remoção do acesso do motorista à aplicação".