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No Dia do Orgulho, Ana Maria Braga erra ao explicar sigla LGBTQIA+

Ana Maria Braga se confundiu ao explicar a sigla LGBTQIA+ - Reprodução/TV Globo
Ana Maria Braga se confundiu ao explicar a sigla LGBTQIA+ Imagem: Reprodução/TV Globo

De Splash, em São Paulo

28/06/2022 10h16Atualizada em 28/06/2022 10h18

Ana Maria Braga aproveitou o Dia do Orgulho LGBTQIA+, celebrado hoje, para explicar o significado da sigla. A apresentadora, no entanto, acabou errando em algumas definições.

Ana Maria disse que lésbica é o termo usado para designar "mulheres com preferência sexual por outras mulheres", enquanto gay é o termo usado para designar "homens que têm preferência sexual por outros homens".

Na verdade, lésbicas não são mulheres com "preferência" por outras mulheres. O termo é usado para designar as mulheres se sentem atraídas afetiva e sexualmente apenas por outras mulheres.

Da mesma forma, gays não são homens com "preferência" por outros homens. A orientação sexual se refere a homens que se sentem atraídos afetiva e sexualmente apenas por outros homens.

A apresentadora também usou o termo "escolha" ao invés de "orientação sexual" ou "identidade sexual". O termo está errado porque sexualidade não é uma característica passível de escolha.

O engano resultou em críticas nas redes sociais:

Entenda a sigla:

A sigla LGBTQIA+ reúne orientações sexuais (ou seja, por quem cada pessoa se sente sexual e afetivamente atraída) e identidades de gênero (como a pessoa se identifica). Veja a a seguir o que cada uma dessas sete letras e o sinal de soma + representam.

L: lésbicas

É uma orientação sexual e diz respeito a mulheres (cisgênero ou transgênero) que se sentem atraídas afetiva e sexualmente por outras mulheres (também cis ou trans).

G: gays

É uma orientação sexual e se refere a homens (cisgênero ou transgênero) que se sentem atraídos por outros homens (também cis ou trans).

B: bissexuais

Bissexualidade também é uma orientação sexual; bissexuais são pessoas que se relacionam afetiva e sexualmente tanto com homens quanto com mulheres (inclusive homens e mulheres transgênero, que também podem ser bissexuais).

T: transexuais ou travestis

Este é um conceito relacionado à identidade de gênero e não à sexualidade.

Pessoas transexuais não se identificam com o gênero biológico, ou seja, quem nasce com pênis e se identifica como mulher (neste caso, uma mulher trans) ou quem nasce com vagina e se identifica como homem (um homem trans).

As travestis, por sua vez, são mulheres trans que preferem ser chamadas dessa maneira por motivos políticos, de resistência.

Q: queer

O termo em inglês, que pode ser traduzido como "estranho", é usado para designar as pessoas que não se identificam como sendo 100% homem ou 100% mulher, mas se veem como sendo de um terceiro gênero, fluido/andrógino, com característica masculinas e femininas. A pessoa queer também não vê sua orientação sexual definida como hétero ou homossexual.

I: intersexo

A intersexualidade descreve as pessoas que podem nascer com genitais correspondentes a um sexo, mas ter o sistema reprodutivo e os hormônios do outro. Ou podem apresentar uma anatomia sexual que não é nem masculina nem feminina — o que leva alguns intersexos a fazer a cirurgia de redesignação sexual. No passado, essas pessoas eram chamadas erroneamente de hermafroditas, termo que não é mais socialmente aceito.

Segundo o Manual de Comunicação LGBTI, ainda é comum a prescrição de terapia hormonal e a realização de cirurgias destinadas a adequar a aparência e a funcionalidade da genitália, muitas vezes antes dos dois anos de idade — essa definição de gênero tão cedo muitas vezes é rejeitada na vida adulta.

A: assexual

Os assexuais são as pessoas que não sentem atração sexual, seja pelo sexo oposto ou pelo mesmo sexo — o que não significa que não possam desenvolver sentimentos amorosos e afetivos por outras pessoas.

+: demais orientações sexuais e identidades de gênero

"Todas as vezes que fazemos tentativas de encaixar, enquadrar e resumir identidades, corremos o risco de ser injustos. A gente vai agregando ao longo da história, mas não consegue abarcar todas as subjetividades", ressalta Bruna Irineu.

Por isso, a sigla ganha um símbolo de soma no final, como uma tentativa de incluir demais variações de orientação sexual e identidade de gênero que não estão representadas nas primeiras letras. Conheça algumas delas:

  • Pansexualidade: é uma orientação sexual que rejeita a noção de dois gêneros, o que significa que podem desenvolver atração física, amor e desejo sexual por outras pessoas independentemente de sua identidade de gênero ou sexo biológico.
  • Não-binariedade: uma pessoa não-binária não se sente em conformidade com o sistema binário homem/mulher.
  • Crossdresser: homens que não são transexuais, mas que sentem prazer ao se vestirem como mulheres, mas não se consideram travestis.

*Com informações de Universa