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Preta Gil expõe ataques por ter posado nua em capa de disco: 'Preconceito'

Preta Gil surge mais magra e revela receio de postar foto: "Fiquei preocupada" Imagem: Reprodução / Internet

Filipe Pavão

De Splash, no Rio

25/06/2022 04h00

Preta Gil completa 20 anos de carreira em 2022, ano que também marca a primeira vez que sairá em turnê com a família pela Europa. Esse era um desejo antigo da filha de Gilberto Gil, segundo ela conta na série "Em Casa Com os Gil", que chegou ao Amazon Prime Video ontem.

Em formato que mescla documentário e reality, a série mostra a família Gil confinada em uma casa na serra do Rio de Janeiro para ensaiar e montar o repertório da turnê. Por meio dos diálogos, a produção resgata a história de Gilberto, mas também traz os dilemas dos filhos e dos netos dele. Preta, por exemplo, recorda os ataques que sofreu quando lançou o seu primeiro disco, o "Prêt-à Porter", em 2003.

Na capa do disco, feita por Fernando Zarife, Preta apareceu nua em uma foto de Vania Toledo, gerando críticas na época. Em bate-papo com Splash, ela conta que foi um choque de realidade quando lançou o primeiro trabalho no mercado, recebeu os ataques e entendeu que, diferente da bolha da própria família, o mundo não aceitava a diversidade.

Quando lancei o disco, recebi uma enxurrada de todos os tipos de preconceito. Na época, há 20 anos, a gente nem dava nome, mas hoje a gente dá: é racismo, gordofobia, machismo e homofobia.

Preta Gil na capa de seu primeiro álbum Imagem: Reprodução

"Quando fui atacada por me desnudar na capa do meu álbum, eu entendi que não vivia no fantástico mundo da Tropicália, como eu digo: Pretinha no país da Tropicália. Eu achava que era Alice no meu país das maravilhas, que era a minha família, mas não. O mundo não abraça as diferenças. Isso foi um choque. A sociedade é muito preconceituosa e eu tenho que lidar ela. É a minha luta nesses 20 anos", diz.

Esse não foi o único desabafo de Preta na série. Durante a reunião familiar, ela se emocionou ao elogiar o marido, Rodrigo Godói, por aceitá-la como é. A cantora de 47 anos ainda relembrou as críticas que recebeu quando assumiu relacionamento com ele, um homem 14 anos mais novo.

"Foi muito bom desabafar (na série). Quando a gente divide nossas vulnerabilidades, a gente fortalece outras pessoas que se identificam, mas, principalmente, você dá caminhos para a superação. Que as pessoas entendam que a gente vai ser julgada, mas o amor é o que vale, né? O amor, o respeito e o acolhimento... A questão do etarismo é real, as pessoas têm preconceito. Mas é natural você ver homens mais velhos casados com mulheres mais novas. O machismo é estrutural na sociedade.", pensa.

É mostrar que o amor é o que vale. O amor vence todas as barreiras, principalmente se a gente estiver unido. É o que permeia toda a série.

João Gil, Bem Gil, Gilberto Gil e Preta Gil na série 'Em Casa Com os Gil' Imagem: Reprodução/Prime Video

Série política

"Em Casa Com os Gil" mostra a família conversando sobre os dilemas da sociedade na intimidade, como racismo, ditadura militar e o negacionismo científico. Além disso, a série pretende exaltar a diversidade e pluralidade da família e da cultura brasileira, o que Preta destaca como positivo.

"Isso é importante no momento que a gente vê a nossa cultura ser degradada e desrespeitada. Não só a cultura, mas a Amazônia, as minorias... Tudo o que esse desgoverno faz é tão gritante que ao ver um documentário sobre a nossa família, a gente tem uma esperança de que nós podemos reestabelecer o Brasil se a gente tomar atitudes e souber votar direito. Passa mensagem de que é possível com muito trabalho", afirma.

Preta ainda enxerga a série dirigida por Andrucha Waddington como um presente de 80 anos para o pai, mas também como um "documentário histórico para a sociedade".

"É lindo ter um projeto que retrata a vida e a obra dele por meio do olhar dos filhos, netos e bisneta. Eu, particularmente, quando assisti a série, fiquei particularmente tocada. É uma injeção de amor. E a gente está precisando", pensa.

Especial Origens

Com uma série de entrevistas, o especial "Origens: A música no DNA da família Gil", do UOL, retrata a ancestralidade, a cultura negra e como a música surgiu e se perpetuou por várias gerações entre os Gil. Os cinco integrantes da família fizeram testes de DNA, que mostram suas origens geográficas, e contam também quais foram suas reflexões após conhecerem os resultados.

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