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Danuza Leão ditou comportamento e polemizou ao 'defender' assédio

Danuza Leão em 1969 - Brazilian National Archives, Public domain, via Wikimedia Commons
Danuza Leão em 1969 Imagem: Brazilian National Archives, Public domain, via Wikimedia Commons

De Splash, em São Paulo

23/06/2022 09h55Atualizada em 23/06/2022 09h55

A jornalista, escritora e ex-modelo Danuza Leão morreu na noite de ontem, aos 88 anos. Ela estava internada na Clínica São Vicente, que confirmou a morte da artista a Splash. Segundo a GloboNews, ela sofria de enfisema pulmonar e teve insuficiência respiratória.

Natural de Itaguaçu (ES), Danuza Leão e a família se mudaram para o Rio de Janeiro quando ela tinha 10 anos. Começou a carreira como modelo na década de 50, aos 17 anos, e foi a primeira brasileira a desfilar fora do país.

Em 1992, publicou "Na Sala com Danuza", seu livro de etiquetas sociais. A publicação foi uma das mais vendidas do ano e se tornou um clássico do gênero.

O volume dois veio em 2004. No total, publicou oito livros, entre eles "É Tudo Tão Simples" e "Quase Tudo", sua autobiografia que foi best-seller. Danuza também foi colunista do Jornal do Brasil, da Folha de São Paulo e do O Globo.

Polêmicas

Em 2018, Danuza criticou os protestos feitos após denúncias de assédio no Globo de Ouro em sua coluna para O Globo.

O nome da escritora chegou aos assuntos mais comentados do Twitter após ela dizer que "toda mulher deveria ser assediada".

Não acho que as denúncias de assédio possam gerar uma caça às bruxas, porque são uma coisa ridícula, para começo de história. É doloroso saber que uma mulher pode fazer uma acusação e tirar o emprego de um homem. É algo pecaminoso. Mas isso é coisa de americano. Lá eles não têm noção de sexo. É ótimo passar em frente a uma obra e receber um elogio. Sou desse tempo. Acho que toda mulher deveria ser assediada pelo menos três vezes por semana para ser feliz. Viva os homens. Danuza Leão

O texto rendeu críticas até dos netos João Wainer e Rita Wainer, que publicaram a imagem de um muro pichado com a frase "minha avó tá maluca", letra de um funk de MC Carol.

Antes, Danuza já havia polemizado ao se mostrar contra a PEC das domésticas e ao questionar "qual graça tinha Nova York" se até o porteiro poderia viajar para lá.

"Ir a Nova York ver os musicais da Broadway já teve sua graça, mas, por R$ 50 mensais, o porteiro do prédio também pode ir, então qual a graça? Enfrentar 12 horas de avião para chegar a Paris, entrar nas perfumarias que dão 40% de desconto, com vendedoras falando português e onde você só encontra brasileiros —não é melhor ficar por aqui mesmo?", perguntou em sua coluna da Folha de S. Paulo em 2012.

Vida pessoal

Teve três filhos com o jornalista Samuel Wainer: a artista visual Pinky Wainer, o distribuidor cinematográfico Bruno Wainer e o jornalista Samuel Wainer Filho, que morreu em um acidente de carro em 1984, aos 29 anos. Depois, casou-se com o cronista e compositor Antônio Mara e com o jornalista Renato Machado.