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Show mais político da noite, Emicida, Criolo e Céu encerram o João Rock

Emicida, Criolo e Céu encerram o João Rock  - Karoline Saadi/Splash
Emicida, Criolo e Céu encerram o João Rock Imagem: Karoline Saadi/Splash

Luiz Fernando Figliagi

Colaboração para Splash, em Ribeirão Preto (SP)

12/06/2022 07h20Atualizada em 12/06/2022 13h41

Dividido em três atos, o show de Criolo, Emicida e Céu encerrou o João Rock com uma proposta de alarme ao público que estava presente no evento, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo.

Com alusões e simbolismos tanto de resgate e mancha da bandeira brasileira, a história contada ao longo do espetáculo, que levantou mais de 70 mil pessoas, procurou falar, através da estética visual e musical sobre a ditadura, problemas raciais e contextos sociais.

Em uma das falas, Emicida deixou bem claro que o Brasil consegue tratar da cultura valorizando os seus: "O João Rock prova que não precisa de gringo para fazer um festival do car**", gritou durante a festa.

Ao encerrar uma de suas músicas de maior sucesso "AmarElo", Emicida deixou clara sua visão de que o governo do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), precisaria ser esquecido.

"Ei, faz um favor para mim? Chega aí outubro e manda esse lixo para o esgoto de onde ele nunca deveria ter saído", falou.

Emicida e Criolo no João Rock - Karoline Saadi/Splash - Karoline Saadi/Splash
Emicida e Criolo no João Rock
Imagem: Karoline Saadi/Splash

Manifesto

Antes de entrar no palco, o trio conversou com Splash e afirmou que a situação do país, quatro meses antes da eleição, não é animadora.

"Acho que a arte nunca foi tão criminalizada, nunca foi tão difícil ser artista como hoje", disse a cantora Céu, em tom preocupado.

Para ela o cenário é terrível, porém, a artista diz que acredita na força do brasileiro.

Durante a entrevista, os três pareciam ansiosos com o que pretendiam entregar e, perguntando sobre como a emoção estava, Criolo apontou para as pernas, que balançavam incessantemente.

"Olha aqui, é aqui ó", disse o cantor ao mexer os pés e as mãos.

Para o cantor de São Paulo, caso o chefe do executivo saia do poder, seu legado continuará. "O que está acontecendo aqui é uma desconstrução total, sobretudo das questões humanitárias e da luta civil", disse.

"A gente seguiu sozinho e, mais uma vez sobrou para nós ficar respondendo esses bagui. São quatro meses para gente pensar em um passo que será dado para dar mais 200 mil passos. Está bem ruim mesmo, poucas. Mas a hora é agora", finalizou Criolo.