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Par romântico de Ray Liotta em filme, Gisele Fraga quis trazê-lo ao Brasil

Gisele Fraga e Ray Liotta foram marido e mulher no filme "Relações Criminosas" (2011) - Divulgação
Gisele Fraga e Ray Liotta foram marido e mulher no filme 'Relações Criminosas' (2011) Imagem: Divulgação

De Splash, em São Paulo

26/05/2022 15h37Atualizada em 21/07/2022 12h46

Ray Liotta, que morreu aos 67 anos, teve um importante papel na carreira de Gisele Fraga em 2010. A atriz brasileira interpretou sua esposa, Ana, no filme "Relações Criminosas", lançado em 2011 e disponível atualmente no Prime Video.

Em entrevista a Splash, a atriz lamentou a morte do parceiro no cinema e lembrou que, na época, até tentou trazê-lo ao Brasil para divulgar o filme. "Que pena! Esses dias mesmo eu estava olhando tudo, as fotos. Fui premiada por esse filme. Tentei trazê-los para o Brasil. Tentei colocar a minha voz na dublagem brasileira, mas não consegui. É muito complicado, não é tão simples."

"Relações Criminosas" marcou a volta de Gisele Fraga aos cinemas depois de vinte anos longe das telonas. Antes, ela tinha trabalhado nos filmes "Atração Selvagem" (1990) e "Xuxa e os Trapalhões em O Mistério de Robin Hood" (1991). Pelo papel, ela ganhou como melhor atriz no Hoboken International Film Festival, festival que acontece atualmente em Nova York.

Musa dos anos 1980 e ex-Garota do Fantástico, a brasileira passava um período nos Estados Unidos, onde fez um curso de dramaturgia em 2009. Ela conta que recebeu o convite de um dos produtores que a viu atuando no curso. Ela foi aprovada pelo diretor Rich Cowan e também conheceu Ray Liotta em Los Angeles antes de ser confirmada no papel.

A equipe procurava uma atriz latina para viver a esposa do detetive Jack Verdon, personagem de Ray Liotta e protagonista do filme. Na trama, Gisele Fraga interpreta uma chef de cozinha. A brasileira lembra da generosidade com ela, que estava estreando sua carreira internacional.

"Ele me ajudou muito"

"Ele era um ator grandiosíssimo, muito generoso, como as grandes estrelas. Os grandes que trabalham nesse ramo são pessoas generosas porque eles sabem o quanto é difícil chegar lá. Então eles sempre ajudam, mesmo quando você tem menos experiência. Estou muito triste porque ele me ajudou muito no papel que a gente fez."

Em um dos 21 dias de filmagem que ela dividiu com o ator, a brasileira guarda a lembrança de ter sido defendida por ele. "Como era um filme low budget a gente não tinha altos recursos para poder fazer os lados de quem ia filmar o tempo todo. Parava, trocava toda a iluminação para fazer o outro. E ele sempre tinha a prioridade dos primeiros takes. Eu dava tudo o que eu podia e quando voltava para o meu lado paravam para o almoço."

Mesmo tendo a prioridade, Ray Liotta chegou a reclamar com a produção sobre as pausas. "'Vocês pensam que ela é uma boneca? Ela está em uma cena de choro. Vai parar para o almoço, como ela vai chorar depois de novo?', questionou o ator. "Ele estava me defendendo, mas o sindicato lá é muito restrito no que diz respeito a isso. Não se ultrapassa as horas. Sempre tinha isso de ele filmar primeiro e depois eu filmava."

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Gisele Fraga fez muito sucesso como modelo e atriz na década de 1990
Imagem: Khoa The Bui/Divulgação

Atualmente com 52 anos, Gisele Fraga está longe das novelas desde que fez uma participação em "Ti-Ti-Ti" (2011), na Globo. Em 2018, ela participou da série "Brasil a Bordo" na mesma emissora. Atualmente a atriz está vivendo um ano sabático depois de enfrentar duas lesões no pulso e passar por uma cirurgia que a impedem de trabalhar com TV e cinema.

Ray Liotta morreu aos 67 anos enquanto dormia. Segundo o site americano Deadline ele estava República Dominicana, onde filmava o longa "Dangerous Waters". Ainda não há mais informações sobre o que causou a morte.

Com uma carreira cinematográfica de mais de quatro décadas, Liotta ficou bastante conhecido pelo clássico "Os Bons Companheiros" (1990) e também esteve em sucessos como "Totalmente Selvagem" (1986), "Campo dos Sonhos" (1989) e "Cop Land" (1997).

Gisele Fraga lembra com carinho a dedicação do ator e explica a grande quantidade de filmes no currículo dele.

"O Ray não vivia a vida dele, vivia os personagens. Pulava de um para o outro. Tanto que a vida dele inteira é de filmes, ele não parava. Ele sai de um filme e vai para outro. Chamam de viver 'in character' (no personagem). Às vezes ele estava no set de filmagem e voava para outro para fazer alguma participação em outro filme grande e voltava para terminar. Isso é o que eu me lembro."