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Pantanal

Tudo sobre a novela da Globo


Como foi a despedida e o acidente que matou Madeleine em 'Pantanal' em 1990

Madeleine (Ítala Nandi) no voo fatal que tiraria a vida dela na primeira versão de "Pantanal" - Reprodução/Manchete
Madeleine (Ítala Nandi) no voo fatal que tiraria a vida dela na primeira versão de 'Pantanal' Imagem: Reprodução/Manchete

Renata Nogueira

De Splash, em São Paulo

27/04/2022 04h00

Que Madeleine morre em um acidente aéreo na primeira versão de Pantanal, exibida em 1990 na Manchete, não é mais spoiler para ninguém. A morte da personagem foi um pedido de sua intérprete, Ítala Nandi, como a própria já contou em entrevista ao Extra. A atriz estava satisfeita com seu papel na novela, porém teve um projeto que esperava há dois anos aprovado na Índia e precisou deixar o Brasil.

Na novela exibida em 1990, Madeleine convence um piloto a voar com mau tempo e pega um avião de pequeno porte rumo à fazenda de seu ex-marido, Zé Leôncio. Eles enfrentam uma tempestade no meio do caminho e o avião cai em um rio.

No Pantanal, Zé Leôncio fica sabendo do desaparecimento da aeronave por meio do rádio comunicador, mas a notícia de que o avião foi achado só chegaria uma semana depois. O fazendeiro é avisado que os ribeirinhos encontraram a aeronave, mas não os corpos. Em seguida, o capataz informa que as vítimas devem ter sido arrastadas pela correnteza e que a área é repleta de piranhas.

Fica a cargo de Tibério (Sérgio Reis) dar a notícia da morte da mãe para Jove (Marcos Winter), que chora bastante, sente-se culpado pela morte, e é consolado pela tia, Irma (Elaine Cristina). A despedida de Madeleine é relativamente longa, já que entre a revelação de que iria para o Pantanal atrás do filho e o acidente, passam aproximadamente dez capítulos da novela.

O destino de Madeleine, no entanto, pode ser diferente no remake atualmente em exibição na Globo. No roteiro original, de Benedito Ruy Barbosa, a mãe de Jove ainda sofreria um acidente aéreo, mas acabaria salva pelo mítico Velho do Rio. Sua experiência de quase morte a transformaria, enfim, em pantaneira, depois de anos negando qualquer ligação com a região.

Em um dos diálogos de Madeleine com Irma (Elaine Cristina), fica clara a intenção da personagem de se reconectar com o que deixou para trás. Com uma música emocionante e cenas de flashback ao fundo, a cena é quase uma despedida da personagem da novela, já que a encenação do acidente é relativamente rápida.

jove - Reprodução/Manchete - Reprodução/Manchete
Cena de despedida de Madeleine tem flashback dela deixando o Pantanal com o bebê Jove
Imagem: Reprodução/Manchete

Veja como foi o diálogo de "despedida" de Madeleine da novela:

Madeleine: Nunca deveria ter abandonado o meu marido, não é mesmo? Como dizem os peões, foi a minha pior viagem. Se eu tivesse ficado lá na fazenda?

Irma: Você estaria cheia de filhos. Talvez meia dúzia. Todos peõezinhos, crianças sadias. E com certeza haveria entre eles duas caboclinhas faceiras, bonitas como você.

Madeleine: E todos estariam mocinhos, assim como o Jove.

Irma: Estariam. E você seria uma bela matrona cercada de filhos e de gados por todos os lados. Rica, milionária. Ao lado do único homem que você amou na vida.

Madeleine: Olha as coisas que você está dizendo, Irma.

Irma: Eu aposto que você não estaria se sentindo como se sente agora. Sem rumo na vida. Não é verdade, Madeleine?

Madeleine: Jove deve ter muito do pai dele para ele ficar atraído assim por aquela índia chucra. Para querer ir morar lá naquele mato.

Irma: É na verdade eu acho que ele não achou que o pai dele cheirava a bosta de vaca. Eles não se entenderam por esse motivo, mas por outros. Que aliás eu não consegui entender até agora.

Madeleine: Ah, se eu pudesse retomar a minha vida daquele ponto? Eu nunca teria vindo embora, Irma. Nunca teria vindo embora. Eu teria ficado esperando ele chegar com a boiada dele. Com a comitiva. E teria ido correndo ao encontro dele quando ouvisse o berrante tocando. Você já ouviu o som de um berrante, Irma? Claro, que bobagem. É a coisa mais linda do mundo. É um chamamento. Todas as vezes que o Zé Leôncio chegava ele tocava o berrante para me avisar que estava chegando. E eu ficava sentindo aquele sufoco, aquela aflição, o coração batendo no peito e uma vontade enorme de sair correndo por aquele pasto ao encontro dele. Meu Deus, que loucura.

Irma: E com tudo isso você veio embora.

Madeleine: Foi. Foi a saudade. A saudade de você. De mamãe. E papai. A saudade foi uma má conselheira. Ela não me deixou perceber que eu era a mulher de um boiadeiro. Do homem mais maravilhoso que apareceu na minha vida.

Irma: O que você está me dizendo?

Madeleine: O Gustavo estava certo. Todos os homens que eu conheci depois do Zé Leôncio, em todos eles eu sempre procurei o toque, o cheiro dele. E nunca encontrei até hoje.

Irma: E o que você pretende fazer?

Madeleine: Ir atrás do meu filho.