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'Mar de Dentro', filme com Monica Iozzi, debate maternidade nua e crua

Monica Iozzi em "Mar de Dentro" - California Filmes/Divulgação
Monica Iozzi em 'Mar de Dentro' Imagem: California Filmes/Divulgação

De Splash, em São Paulo

07/04/2022 10h58

Monica Iozzi volta às telonas esta semana com um novo drama que traz o retrato da maternidade para os cinemas. Trata-se do filme "Mar de Dentro", que conta também com Rafael Losso, Gilda Nomacce e Fabiana Gugli no elenco.

A história é centrada em Manuela (Iozzi), uma mulher independente e bem-sucedida que descobre uma gravidez não-planejada. À medida que diversos problemas começam a surgir, ela descobre que vai precisar aprender a ser mãe, mesmo não gostando da maternidade.

A história começou a ser desenvolvida há mais de uma década, quando a diretora e corroteirista Dainara Toffoli começou a ser questionada sobre a possibilidade de transformar a maternidade em filme.

"Para a maioria das pessoas, falar sobre maternidade não seria suficiente. Foram muitos anos para conseguir o financiamento. Percebi que a maternidade real, não idealizada, era um tema tabu", declarou.

Aos 40 anos, Monica Iozzi comemora fazer parte de um filme que traz para o centro da trama uma situação tão complexa.

"A Manu não tem o perfil que estamos acostumados a ver das mulheres", declarou. "Ela realmente adora o trabalho, é bem sucedida e muito exigente. E ela também tem uma relação livre com um cara e está tudo bem com isso também. Então, me atraiu muito poder mostrar uma mulher assim com um olhar mais contemporâneo."

A solidão da maternidade

Segundo a diretora, o filme também aborda o estado solitário de ser mãe, e que a visão sobre tal momento da vida de uma mulher costuma ser mostrado de forma romantizada no cinema.

"Ou a maternidade é excessivamente idealizada (...) ou é algo retratado totalmente fora do padrão. Acredito que esta repetição de abordagem possa ter a ver com o fato de o cinema ter sido feito, por muito tempo, majoritariamente por homens. O olhar masculino sempre foi tão dominante que, mesmo para as mulheres que fazem cinema, talvez falar sobre maternidade desta forma realista como fazemos em aqui, ou em outras abordagens de outros projetos de cinema, poderia parecer fragilidade", declarou.