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Luto, campanha por Lula e presença de Anitta: O Lolla 2022

Colaboração para Splash, de Pernambuco

28/03/2022 04h00Atualizada em 28/03/2022 14h19

Foram três dias intensos. O Lollapalooza 2022 chegou ao fim na noite de ontem, fechando um final de semana que foi marcado pela morte de Taylor Hawkins, protestos inflamados contra Jair Bolsonaro (PL) e até mesmo uma presença (meio) inesperada da número 1 do mundo, Anitta.

Splash preparou um resumo de tudo que aconteceu dentro e fora do palco do Lolla, relacionado ao festival de música.

Protestos contra Jair Bolsonaro e campanha por Lula

fresno - Reprodução/Multishow - Reprodução/Multishow
Fresno faz telão com 'Fora, Bolsonaro' e público apoia manifestação
Imagem: Reprodução/Multishow

Manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e favor do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) deram o tom da maioria dos shows de artistas no festival.

Já no primeiro dia, a cantora britânica Marina foi uma das que aproveitaram para se manifestar politicamente no palco, falando "Fod*-se Putin,fod*-se Bolsonaro".

O público também protestou contra o presidente brasileiro na sequência.

Durante a apresentação do Detonautas, Tico Santa Cruz discursou sobre a pandemia de coronavírus, política e sobre saúde mental, com o número 188, do CVV (Centro de Valorização da Vida) estampado no telão. Além disso, no telão também foi exibida uma foto de Jair Bolsonaro e o público entoou gritos de "Bolsonaro vai tomar no c*".

Pabllo Vittar gritou "Fora, Bolsonaro" e fez um espacate, para delírio de seus fãs, ao fim de sua apresentação. Antes de deixar o palco, ainda ergueu uma bandeira com a imagem de Luiz Inácio Lula da Silva.

As manifestações de Marina e Pabllo se tornaram pauta judicial. O PL entrou com uma ação e o TSE vetou manifestações políticas no último dia de evento - o que, na prática, não teve efeito.

No segundo dia, o voto jovem se tornou uma pauta apontada nos protestos contra o presidente.

Quando subiu ao palco, Jão não poupou críticas a Bolsonaro e foi além: pediu que adolescentes tirassem título de eleitor para que pudessem votar contra o presidente nas eleições de outubro.

Emicida também tocou no assunto, além de xingar o presidente na abertura do show e Silva elogiou o público que começou a falar contra o presidente.

Já no terceiro dia, mesmo com o veto do TSE, as manifestações continuaram.

A banda Fresno exibiu um telão onde se via os dizeres "Fora, Bolsonaro", Marina Sena pediu que que todos se atentassem ao título de eleitor e Djonga inflamou a plateia contra o presidente.

Manifestações mais explícitas ao ex-presidente foram vistas nos últimos shows da noite.

Gloria Groove protestou contra a censura e Bolsonaro e ainda usou uma roupa com o número 13, referente ao ex-presidente.

O tributo a Taylor Hawkins apresentado por Emicida foi marcado pela participação de Marcelo D2, que também ignorou a decisão do TSE e não só protestou contra Bolsonaro, como fez gritos a Lula no palco.

Anitta

anitta - Manuela Scarpa/Brazil News - Manuela Scarpa/Brazil News
Anitta e Miley Cyrus cantaram juntas durante o show
Imagem: Manuela Scarpa/Brazil News

A nova número 1 do mundo, Anitta, foi assunto do primeiro e do segundo dia de festival.

No começo do evento, Tico Santo Cruz fez a coreografia de "Envolver", hit da cantora que chegou ao topo do Spotify global.

"Então, Anitta, parabéns para você, nossa máxima admiração, eu não sou um dançarino, mas a única coisa que posso para celebrar esse momento é isso aqui", declarou o vocalista para, em seguida, fazer a icônica coreografia.

Já no segundo dia, a poderosa se fez presente em carne e osso no evento.

Anitta subiu no palco durante a apresentação de Miley Cyrus e cantou "Boys Don't Cry" ao lado da pop-star norte-americana. Ao fim da performance, Miley elogiou a cantora brasileira.

"Obrigado, Brasil. Muito obrigado. Obrigado. Anitta, obrigado por vir. Eu realmente amo essa sua música", falou Miley.

"Anitta é uma dessas pessoas que eu se eu ligar e pedir para ela vir ao meu apartamento falar sobre garotos ou outra coisa, ela estará lá. Mas se eu ligar pra ela e falar que quero sair e fazer a melhor festa que o mundo já viu, ela vai cuidar para que seja a festa mais louca", completou.

"Se eu ligar para ela e falar que quero vir para o Lollapalooza e cantar uma música comigo, ela também faria isso. Preciso começar a vir para o Brasil mais vezes para sair com Anitta", finalizou Miley, aos risos.

Morte de Taylor Hawkins

Fora dos palcos, a morte de Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighters, pegou a todos de surpresa. A banda se apresentaria no último dia de festival, mas cancelou o show devido a tragédia. Em seu um lugar, uma homenagem e um tributo a Taylor.

Hawkins, que se apresentaria no Lollapalooza Brasil no domingo (27), foi encontrado morto, aos 50 anos, em um hotel na Colômbia. Mais cedo, a polícia colombiana elaborou um relatório em que apontou a presença de uma substância branca, similar à cocaína, no quarto do famoso, segundo o jornal "El Tiempo".

Essa não foi a primeira overdose do artista. Em 2001, Taylor ficou em coma por duas semanas no hospital. Ele chegou até a revelar que tinha problemas com álcool e drogas no documentário "Foo Fighters: Back & Forth".

No festival, diversos artistas homenagearam Taylor. Miley Cyrus, amiga próxima do cantor, chorou ao dedicar a ele uma de suas canções.

O tributo a Taylor Hawkins, embora tenha sido marcado em sua maior parte por manifestações políticas, trouxe um momento emocionante, com uma versão de "My Hero" cantada no começo da apresentação de Emicida e um depoimento de Perry Farrell, criador do Lolla.

Ao final do tributo, a banda Ego Kill Talent subiu ao palco e se emocionou ao cantar um cover de "Everlong", sucesso do Foo Fighters.

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Ego Kill Talent se apresenta no Lolla, em tributo a Taylor Hawkins
Imagem: Reprodução/Multishow

Chuva

O festival também foi marcado por chuvas. No primeiro dia, uma estrutura do Stand da Chevrolet, Onix, caiu após as fortes chuvas que desabaram sobre o Autódromo de Interlagos.

Segundo apurado por Splash, uma pessoa precisou ser hospitalizada após a estrutura ceder. Após o acidente, os organizadores rapidamente tiraram a estrutura do local, afastaram o público e isolaram o espaço.

A rede de fast food Mc'Donalds foi prejudicada pela forte tempestade que atingiu o festival com ventos de 70 km/h e não conseguiu operar no primeiro dia de apresentações no autódromo.

No último dia, alertas de chuva voltaram a deixar o evento paralisado por alguns minutos devido ao risco de chuvas.

Durante os dois primeiros dias de festival, mais de 100.000 pessoas estiveram presentes no festival. Na sexta-feira, foram 100.980 pessoas e no sábado, 103.000 pessoas.

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