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Sikêra e RedeTV! são condenados a pagar R$ 300 mil a Xuxa por danos morais

Sikêra Jr. atacou Xuxa Meneghel durante o "Alerta Nacional" em outubro de 2020 - Reprodução
Sikêra Jr. atacou Xuxa Meneghel durante o "Alerta Nacional" em outubro de 2020 Imagem: Reprodução

Ane Cristina

De Splash, em São Paulo

25/03/2022 11h47Atualizada em 25/03/2022 11h47

O apresentador Sikêra Jr e a RedeTV! foram condenados a pagar R$ 300 mil a Xuxa Meneghel por danos morais.

O processo movido pela rainha dos baixinhos se deve aos ataques sofridos pelo apresentador no "Alerta Nacional" (RedeTV!) em 2020.

Xuxa pediu uma indenização de R$ 500 mil, que seria revertida a duas instituições que trabalham com crianças e adolescentes na região norte do país. A juíza Ana Cristina Ribeiro Bonchristiano, da 3º Vara Cível de Osasco (SP), julgou procedente um valor um pouco abaixo, de R$ 300 mil.

Nos autos do processo, a qual Splash teve acesso, a defesa argumentou que Sikêra Jr. é "é conhecido por seu jeito irreverente, descontraído, um 'jornalista popular que fala a língua do povo'", e que foi Xuxa quem lhe ofendeu ao lhe chamar de "palhaço e homofóbico".

A magistrada rejeitou a alegação sobre liberdade de expressão e criticou o "Alerta Nacional".

"É do conhecimento público que em programas televisivos sensacionalistas e popularescos, como esse exibido pela emissora ora ré, são frequentes e estimuladas pelos seus apresentadores palavras de conteúdo ofensivo, que bastam para configurar atentado à honra e à imagem das pessoas, além de elementos de metalinguagem, como entonação, gestual, de modo a estimular e tornar a agressão mais contundente, chegando a ameaças ou até violência física", declarou na decisão.

Os apresentadores desses programas, com a benção e o incentivo de suas empresas, como a ora corré, tudo fazem, sem o menor critério, inclusive levar ao ar ameaças de morte contra pessoas públicas, honestas e trabalhadoras, achincalham a vida privada e a família dessas pessoas, apenas para alavancar a audiência de seus programas televisivos, e, em decorrência, o faturamento, não só da empresa como o próprio. Juíza Ana Cristina Ribeiro Bonchristiano

Splash entrou em contato com as assessorias de Xuxa e de Sikêra Jr. e aguarda retorno. A RedeTV! informou que não comenta processos judiciais.

Relembre

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A história teve início em 23 de outubro de 2020. Sikêra fez uma "piada" com zoofilia e Xuxa o criticou nos Stories do Instagram. Horas depois, no "Alerta Nacional", o apresentador disse que era "fã" de Xuxa e que estava decepcionado com a apresentadora.

Ele citou o fato de ela ter lançado um livro "LGBT para crianças" — a obra é "Maya" (Globo Livros), que conta a história de uma menina que tem duas mães.

Sikêra respondeu aos vídeos no "Alerta Nacional", com ironia. Ele pediu para seu espectadores subirem a tag "pedofilia não prescreve" nas redes sociais, fazendo referência ao filme "Amor, Estranho Amor", em que Xuxa contracena com o ator Marcelo Ribeiro, então com 12 anos. A apresentadora gravou o filme quando tinha entre 17 e 18 anos.