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Como foi o crime da filha de Belchior, que a levou a 9 anos de prisão

Weslley Neto

De Splash, em São Paulo

24/03/2022 04h00Atualizada em 25/03/2022 12h17

Isabella Belchior, filha do cantor Belchior, morto em 2017, foi condenada a nove anos de prisão pelo assassinato do metalúrgico Leizer Buchwieser dos Santos em 2019. O crime aconteceu em São Carlos (SP).

Splash teve acesso à decisão. O juiz responsável pelo caso reduziu a pena por "relevante valor social" — de 12 para nove anos de reclusão.

A investigação da morte do metalúrgico, que estava envolvido em outros crimes cometidos na cidade do interior de São Paulo, foi concluída após confissões da filha de Belchior e a realização de um júri popular.

Investigação

O caso aconteceu em 26 de agosto de 2019. Na investigação, a polícia descobriu que Leizer praticava crimes sexuais envolvendo menores de idade. Ele teria marcado um encontro com Jaqueline Dornelas Chaves, companheira de Isabella, que teria levado sua sobrinha de 3 anos na época.

A filha de Belchior afirmou, em depoimento de 2019, que a vítima tentou forçá-la a ter uma relação sexual e, por isso, reagiu. Os dois irmãos de Jaqueline participaram do esfaqueamento, segundo a decisão da Justiça.

"Nós apuramos que esse encontro foi todo marcado via chat, e ele pagaria por esse encontro", disse o delegado Gilberto de Aquino ao UOL em 2020.

Isabella confessou em depoimento anterior e reafirmou, durante a realização do júri popular em São Carlos (SP), que deu a primeira facada na vítima.

Ela não explicou qual foi a participação dos irmãos da companheira e nem deu novos detalhes sobre o esfaqueamento, informou a EPTV, emissora afiliada da TV Globo na cidade.

A polícia passou a suspeitar da participação de Leizer Buchwieser dos Santos em crimes sexuais com menores de idade quando notou usuários comemorando sua morte em uma rede social.

"Acabaram matando ele no local, colocaram no carro, jogaram o corpo em um lugar e incendiaram o veículo. Nós investigávamos o caso como homicídio, depois descobrimos o envolvimento de Leizer com a pedofilia", concluiu o delegado.

Casal foragido

Jaqueline Dornelas Chaves e Isabella Belchior se apresentaram em uma delegacia de São Carlos (SP) em agosto de 2020 após passarem 5 meses foragidas.

Elas não foram encontradas após serem expedidos os mandados de prisão temporária. Estefano Rodrigues e Bruno Thiago Dornelas, irmãos de Jaqueline e suspeitos de participação no homicídio, também estavam foragidos.

Para a polícia, Jaqueline e Isabella aceitaram o encontro com o metalúrgico para tentar extorquir dinheiro. A extorsão, no entanto, teria dado errado, o que culminou no assassinato de Santos. Um dia depois da morte, segundo o delegado, foi feito um saque com seu cartão no banco.

"Ele tinha um distúrbio mental, fez contato com outras mulheres da cidade fazendo propostas com essa finalidade. Na hora [do encontro com Jaqueline e Isabella], ele chegou a reagir, mas elas acabaram matando ele no local", afirmou Gilberto de Aquino.

Condenação

Junto de Isabella também foram condenados pelo crime Estefano Rodrigues e Bruno Thiago Dornelas Rodrigues. Além do homicídio, os três também foram declarados culpados por ocultação de cadáver.

Jaqueline era suspeita por ter entrado em contato com a vítima no dia do crime — foi para ela que a vítima enviou a proposta de pagar por sexo com uma criança. No entanto, o juiz chegou à conclusão de que ela não participou do assassinato e a absolveu das acusações.

Em declaração para a Record TV horas antes da condenação, Denise Maria Menegheli Garcia, mãe de Isabella, disse acreditar que a filha tenha realmente assassinado Leizer Buchwieser dos Santos em 2019, mas que foi uma reação.