Flávia Alessandra: 'Tenho 47 e acordo bem todos os dias. Somos potentes'

Aos 47 anos, Flávia Alessandra está acostumada com os holofotes. Na televisão desde 1989, quando estrelou a novela "Top Model", a atriz está agora no elenco de vozes da animação "Red - Crescer é Uma Fera", da Pixar, e diz que aproveita a visibilidade, tanto na TV quanto agora no streaming, para tentar passar uma mensagem positiva sobre corpo e aceitação para seus fãs e seguidores.

"Toda mulher acorda dia 'sim' e dia 'não'. Nós somos as mesmas todos os dias, mas tem dias que a gente se olha no espelho e se acha linda, sem nenhuma explicação. Outros dias, podemos estar montadas e não nos achamos bonitas. Então, tem tanta coisa no interior para ser resolvida e se espelhar", reflete.

A atriz, que chama atenção pelo corpo definido na mídia e nas redes sociais, busca não se incomodar com o que pode se tornar uma superexposição. Afinal, ser elogiada por este motivo é bom ou causa algum incômodo?

"Isso podia virar um problema para mim, sim, mas eu tenho tentado mudar o meu olhar e a minha percepção. Estou passando a ter essa conversa mais real e sincera, dividindo o outro lado."

Autoestima é algo que precisamos desenvolver diariamente, e fazemos isso nos alimentando de coisas que façam bem para a nossa alma. Não é o exterior. Flávia Alessandra

Mãe de duas meninas, a eterna Cristina de "Alma Gêmea" (TV Globo) reforça que sua busca não é por um suposto "corpo perfeito", e sim por sentir-se bem na própria pele.

"Eu quero envelhecer bem, quero estar na minha melhor fase em qualquer idade. Precisamos ter essa valorização da mulher madura. Abaixo o etarismo e essa ideia de que, a partir dos 40, acabou."

Antigamente, ouvíamos que passar dos 40 era chegar à idade do 'com dor'. Eu não sei o que é isso. Tenho 47, acordo bem todos os dias, com disposição.
Flávia Alessandra

Embora sua última novela tenha sido "Salve-se Quem Puder", exibida na faixa das 19h na TV Globo, Flávia está todos os domingos na TV como uma das juradas do quadro "Acredite em Quem Quiser", do "Domingão com Huck". Para ela, o audiovisual ainda precisa romper a barreira do preconceito por idade, que atinge sobretudo as mulheres acima dos 40 anos.

"Não estão vendo que somos mulheres potentes, capazes, querendo sonhar, consumir e viajar? Então, eu espero que essa minha projeção se reflita de forma saudável. É esse o caminho que tento praticar."