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'Desrespeito': Imprensa internacional critica Monark por fala sobre nazismo

Bruno Aiub, mais conhecido como Monark, foi criticado pela imprensa internacional - Reprodução/ YouTube
Bruno Aiub, mais conhecido como Monark, foi criticado pela imprensa internacional Imagem: Reprodução/ YouTube

De Splash, em São Paulo

09/02/2022 18h11

As declarações de Bruno Aiub, youtuber conhecido como Monark, também viraram assunto em publicações da imprensa internacional. O apresentador, demitido ontem do Flow Podcast, defendeu a existência de um partido nazista reconhecido por lei no Brasil.

O jornal britânico The Times destacou o alcance de Monark nas redes sociais e reproduziu um dos trechos das declarações que fizeram apologia ao nazismo. Também de Londres, a BBC reforçou que o caso ultrapassou limites e o apoio ao regime "não tem relação com a liberdade de expressão".

Monark tem 3,6 milhões de inscritos no YouTube e um milhão de Twitch. 'Se alguém quer ser contra os judeus, acho que tem o direito de ser', disse ele durante o podcast Flow.
The Times

O jornal "The Times for Israel" destacou que as declarações de Monark "causaram indignação" no Brasil e destacaram que o apresentador pode ser processado após abertura de inquérito solicitada por Augusto Aras, procurador-geral da república.

A emissora de TV portuguesa SIC também compartilhou conteúdos sobre as falas de Monark. Em uma publicação, é destacado que "entidades judaicas, políticos e personalidades iniciaram uma onda de críticas" após as declarações sobre o nazismo.

Vários convidados que já participaram do podcast pediram publicamente que os vídeos de suas entrevistas fossem retirados do ar por discordarem das afirmações de Monark.
SIC

'Desrespeita memória das vítimas'

O portal de notícias suíço Watson publicou que as declarações de Bruno Aiub foram "chocantes" e "causaram alvoroço" entre os brasileiros, além de lembrar que o apresentador alegou estar "bêbado" quando fez apologia ao nazismo.

O tema também foi abordado pela emissora TRT World, da Turquia, que destacou a repercussão negativa e a demissão de Monark. Citando a embaixada alemã no Brasil, a publicação destacou que apoiar o nazismo é "desrespeitar a memória das vítimas e sobreviventes deste regime e ignorar os horrores que causou".

Os promotores dizem que ele pode enfrentar acusações por seus comentários, que provocaram uma reação massiva e justificaram uma investigação.
TRT World

Os posicionamentos de entidades judaicas foram destacados pelo jornal argentino La Nación. "As defesas aos discursos de ódio trazem terríveis consequências para a humanidade", reforçou.

O caso

A defesa da existência de um partido nazista dentro da lei por Monark foi feita durante transmissão ao vivo, na última segunda-feira (7), na qual eram entrevistados os deputados federais Kim Kataguiri (Podemos) e Tabata Amaral (PSB).

"A esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço, na minha opinião [...] Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei", afirmou o apresentador.

Ele foi rebatido por Tabata logo após a declaração, mas insistiu no argumento questionando a parlamentar. "As pessoas não têm o direito de ser idiotas?", perguntou.

A repercussão negativa da declaração fez o Flow Podcast perder patrocinadores e, como consequência, o podcaster foi desligado do projeto. Igor Coelho — apresentador e sócio do projeto — confirmou em live ontem que comprou a parte do apresentador na sociedade.

Não é de hoje que Monark causa polêmica por uma conduta reprovável. Ano passado, ele perguntou no Twitter se "ter uma opinião racista é crime" e ainda comparou homofobia com a escolha do indivíduo tomar um refrigerante.

A assessoria do Flow informou a Splash que os únicos sócios agora são Igor Rodrigues Coelho e Gianluca Santana Eugenio.