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Boicote ao Spotify: outros artistas já tiraram músicas da plataforma antes

Taylor Swift já retirou seu catálogo do Spotify há alguns anos
Taylor Swift já retirou seu catálogo do Spotify há alguns anos
Divulgação

De Splash, em São Paulo

01/02/2022 04h00

O Spotify está no meio do fogo cruzado entre manter o podcast polêmico de Joe Rogan na plataforma enquanto vê artistas veteranos, como Neil Young e Joni Mitchell, retirarem todas as suas músicas do catálogo por não concordarem com o conteúdo que o apresentador traz em seus programas.

A atitude de um artista de retirar todas as suas músicas do serviço de streaming parece drástica, mas não é inédita. O Spotify já perdeu outras canções de músicos famosos por boicote deles ou por questões burocráticas

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Thom Yorke, vocalista do Radiohead
Imagem: Shirlaine Forrest/Getty Images

Thom Yorke

Em 2013, o vocalista do Radiohead, Thom Yorke, retirou suas músicas solo e também as de sua banda Atoms for Peace do Spotify. O músico alegou que artistas novatos não recebiam nada pelas suas execuções na plataforma e exigiu uma divisão de lucros mais justa e transparente.

Sinto que, como artistas, precisamos lutar contra o Spotify. É o último suspiro da velha indústria. Quando ele morrer, algo novo aparecerá. É como o último sopro desesperado de um cadáver.

disse Yorke ao site "Sopitas" em 2013

O Spotify respondeu as críticas explicando que trabalhava junto com os artistas para impulsionar suas carreiras. Os próprios empresários do Radiohead discordaram de Thom Yorke, afirmando que a plataforma cedia 70% dos lucros das músicas para os artistas.

Em 2016, o álbum do Radiohead "A Moon Shaped Pool" só ficou disponível no catálogo do Spotify um mês e meio depois de entrar em outros serviços de streaming. As músicas solo de Thom York e do Atoms for Peace só voltaram para a plataforma em dezembro de 2017.

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Taylor Swift travou briga com o Spotify entre 2014 e 2017
Imagem: AFP

Taylor Swift

O caso mais famoso de boicote ao Spotify veio em 2014 pelas mãos de Taylor Swift. A cantora retirou completamente seu catálogo da plataforma no fim daquele ano, alegando que exigia pagamentos mais justos aos artistas.

Música é arte, arte é importante e rara. Coisas raras têm um preço e devem ser pagas. É minha opinião que música não deve ser de graça. Eu espero que os artistas não se diminuam ou diminuam o valor de sua arte.

desabafou Taylor em carta aberta

Taylor lutava contra o modelo "freemium" do Spotify, que permite que usuários não paguem nada para escutar as músicas do catálogo, desde que existam anúncios entre as faixas. Para ter a cantora de volta, Daniel Ek, co-fundador da empresa, lançou uma campanha massiva nas redes sociais.

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O sueco Daniel Ek, de 33 anos, cofundador da plataforma Spotify
Imagem: Getty Images
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Taylor está certa. Artistas merecem ser pagos. Os ganhos para alguém como Taylor passariam de 6 milhões de dólares no último ano.

argumentou Ek; os empresários de Taylor, porém, afirmaram que ela recebeu somente 500 mil dólares naquele mesmo período

Foi somente em junho de 2017, comemorando 100 milhões de cópias de músicas vendidas ao redor do mundo, que Taylor trouxe seu catálogo inteiramente de volta ao Spotify. Hoje, cada novo lançamento da cantora chega simultaneamente a todas as plataformas.

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Beyoncé e Jay Z
Imagem: Reprodução/Instagram

Beyoncé e Jay Z

O casal mais poderoso da música também já teve suas ressalvas com a plataforma. Jay Z — que é dono do Tidal, concorrente do Spotify — retirou, em 2017, todos os seus álbuns do serviço de streaming, tornando-os exclusividade da sua própria empresa.

O álbum "Lemonade" de Beyoncé, lançado em 2016, também só chegou ao Spotify após três anos de exclusividade no Tidal. O disco anterior, "BEYONCÉ", foi parar na plataforma somente um ano após seu lançamento, no fim de 2014. Em 2019, todas as músicas do casal já faziam parte do catálogo.

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Adele ameaçou não lançar álbum nas plataformas de streaming
Imagem: Simon Emmett / Divulgação

Adele

Tem quem foi até mais radical e tentou nadar não só contra o Spotify, mas todas as plataformas de streaming. O fenômeno britânico Adele não queria que seu disco "25", de 2015, fosse parte do catálogo de qualquer serviço.

Eu sei que os serviços de streaming são o futuro, mas não são a única maneira de se consumir música. Não posso jurar lealdade a algo que não sei como me sinto sobre ainda.

desabafou Adele em entrevista a revista "Time" em 2015

O disco acabou sendo liberado no Spotify e nas demais plataformas somente sete meses após o lançamento, mas a briga de Adele com o streaming parece ter chegado ao fim. Seu novo álbum, "30", foi liberado automaticamente no mesmo dia em todas as plataformas.