Fóssil traficado de aranha que homenageia Pabllo Vittar volta ao Brasil
A Universidade Regional do Cariri (Urca), no Ceará, fez hoje uma cerimônia solene para receber um fóssil da aranha Cretapalpus vittari que havia sido traficado aos Estados Unidos, e retornou ao Brasil após ação do Ministério Público Federal.
A espécie foi batizada pelos cientistas Matthew Dowmen e Paul Selden em homenagem à cantora Pabllo Vittar: "Eu imagino que são fãs", explica Allysson Pinheiro, diretor do Museu de Paleontologia da Urca, que recebeu o fóssil.
Allysson conta que o fóssil de Cretapalpus vittari provavelmente foi extraído na Bacia Sedimentar do Araripe, na Região do Cariri do Ceará, e chegou à Universidade do Kansas através do tráfico de fósseis. Após ser procurada pelo MPF, a instituição se voluntariou para repatriar o espécime, e também enviou outras 35 aranhas fósseis que estavam na mesma situação.
Para o pesquisador brasileiro, "essa ação da equipe da Universidade do Kansas foi uma ação muito responsável, muito ética e um bom exemplo de como se deve trabalhar ciência".
Esse tipo de processo não é comum. É muito raro, na verdade. Qualquer holótipo [espécime utilizado pelo pesquisador que nomeou uma espécie] ser movido de um museu para outro já é difícil. Um holótipo ser repatriado ao Brasil é extremamente raro, e o fato de esse fóssil ter sido nomeado em homenagem a um brasileiro também é peculiar. Allysson Pinheiro, diretor do Museu de Paleontologia da Urca
A aranha Cretapalpus vittari viveu há cerca de 100 milhões de anos, na região hoje conhecida como Cariri — um dos sítios paleontológicos mais importantes do mundo. As condições climáticas e geológicas permitem que os fósseis sejam preservados com grande riqueza de detalhes, e por isso os espécimes extraídos lá são alvo do tráfico internacional.
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