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Drogas e diagnóstico de demência: o que 'Britney vs Spears' traz de novo

Britney Spears, em julho de 2019
Britney Spears, em julho de 2019
Reuters/Divulgação

De Splash, em São Paulo

28/09/2021 13h47

O novo documentário sobre a tutela de Britney Spears executada por seu pai, Jamie, chegou hoje à Netflix. "Britney vs Spears" é produzido pela diretora Erin Lee Carr junto à jornalista Jenny Eliscu, que examinam os 13 anos da tutela e os muitos nomes envolvidos no caso.

Este é um dos três documentários sobre Britney lançados nos últimos dias. Os outros são "Controlling Britney Spears" e "Toxic: Britney Spears' Battle For Freedom", indisponíveis no Brasil.

Aqui, Carr e Eliscu falam com pessoas que tiveram contato direto com Britney. Confira as principais revelações:

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Demência

Em um dos documentos, até então confidenciais, que o documentário revela, o psiquiatra geriátrico Dr. James Edward Spar teria diagnosticado a cantora com "questões relacionadas a demência", indicando que ela seria incapaz de entender ou gerenciar suas finanças.

Spar concede uma entrevista ao filme, e conta que atendeu muitos casos de tutela, mas se nega a confirmar ter avaliado ou sequer conhecido Spears.

AP Photo/Nick Ut - AP Photo/Nick Ut
Jamie Spears, pai da cantora
Imagem: AP Photo/Nick Ut

Neste momento, o documentário faz um contraponto, e recorda que apenas dois meses após o início da tutela, Britney já filmava uma participação na série "How I Met Your Mother", sugerindo uma contradição entre o diagnóstico e o real estado da artista.

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Sem direito a recorrer

Em casos de tutela, a Justiça estadunidense concede 5 dias de aviso para o tutelado poder contratar um advogado e recorrer, se julgar necessário. No caso de Britney, os 5 dias não teriam sido concedidos.

Isso porque, segundo Jamie Spears, o então agente Sam Lufti era perigoso e precisava ser afastado com urgência. O pai afirmava que Lufti escondia drogas na comida de sua filha.

Lufti nega as acusações, e diz que Britney passou por todos os testes toxicológicos. Ele afirma:

Essas são acusações muito sérias. Se fosse verdade, eles chamariam a polícia e o FBI, e não o TMZ.
Sam Lufti, durante o documentário "Britney vs Spears"
Getty Images - Getty Images
Britney e Sam Lufti
Imagem: Getty Images

Minimamente controlada

Além de Lufti, o ex-noivo de Britney, Jason Trawick, e o seu namorado anterior, Adnan Ghalib, também estão envolvidos no documentário, e revelam que a cantora ficava cada vez mais incomodada com o estado de constante vigilância.

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Em um documento, Trawick conta que coisas corriqueiras precisavam de autorização.

Se o casal quisesse passear em um carrinho de golfe ou ir a uma hamburgueria, Jamie precisava autorizar. Se Britney precisasse comprar livros para os filhos, precisava pedir permissão e esperar dias.

Apesar de Britney ganhar uma mesada de US$ 8 mil, ela não tinha liberdade para tomar suas decisões, e pedia o fim da tutela de pessoa. Essas restrições apontadas por Trawick vieram logo depois da turnê "Femme Fatale", de 2011, quando ela começou a ficar mais preocupada com a tutela.

Teste para o pai

Britney começou a pedir que o seu pai passasse por testes toxicológicos, assim como acontecia com ela. Ela alegava que ele estava constantemente alcoolizado, e temia por sua segurança e a dos filhos, argumentando que ele não deveria ser seu tutor se os testes revelassem embriaguez.

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Medicação constante

Durante a tutela, Britney realizou várias turnês e uma residência de shows em Las Vegas, além de ter sido uma das juradas do programa "The X-Factor", em 2012.

Os novos documentos confirmam algo que já era especulado desde comentários do empresário Louis Walsh, em julho deste ano:

Britney estava sob forte medicação durante os programas.

Isso porque a equipe aumentava as doses de seus remédios nos dias em que ela topava trabalhar, justificando que eram estimulantes que melhoravam suas performances. Isso acontecia tanto em gravações quanto nos shows.

Reprodução - Reprodução
Britney Spears em cena do clipe "...Baby One More Time"
Imagem: Reprodução

Trabalho em equipe

A jornalista Jenny Eliscu, que conhecia Britney desde 2008 quando a entrevistou para uma capa da "Rolling Stone", participou de uma ação junto a Adnan Ghalib e Sam Lufti para que a popstar conseguisse assinar documentos e pedir a troca de seu então advogado, Sam Ingham III.

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Eliscu se encontrou com Britney às escondidas no banheiro de um hotel de luxo, em Los Angeles, onde ela assinou o documento afirmando que não sentia confiança no advogado. A ação acabou não dando certo. A assinatura foi contestada, e Ingham foi mantido até meados deste ano.

O papel de Lou Taylor

Lou Taylor é ex-agente da cantora, acusada pelos fãs de ser a mente por trás da tutela. Os documentos revelam que ela teria lucrado milhares de dólares mesmo quando Britney não estava trabalhando.

Uma das entrevistadas, a ex-assistente de Britney, Felicia Culotta, evita falar de Taylor: "Ela faria picadinho de mim se eu falasse algo sobre ela." Nas redes, os fãs pedem que Lou Taylor e sua empresa, Tri Star, sejam investigadas.