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Spike Lee, crítico de Bolsonaro, tem história com Brasil e já elogiou Dilma

Spike Lee foi recebido pela presidente Dilma Rousseff no início do projeto 'Go, Brazil, Go!'
Spike Lee foi recebido pela presidente Dilma Rousseff no início do projeto 'Go, Brazil, Go!'
Roberto Stuckert Filho/PR

De Splash, em Santos

07/07/2021 15h38

Spike Lee, que detonou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na estreia do Festival de Cannes —do qual é presidente do júri—, na França, não é um aventureiro quando fala sobre o Brasil.

O cineasta norte-americano tem história com o país. Já gravou clipe de Michael Jackson no Rio e tentou fazer um documentário sobre a pátria verde-amarela em 2012, quando ela era considerada uma "futura potência".

Na época, entrevistou a então presidente Dilma Rousseff e a elogiou.

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Este mundo é governado por gângsters. O 'agente laranja' [Donald Trump], o cara do Brasil [Jair Bolsonaro] e Putin. Eles são gângsters e farão o que quiserem. Eles não têm moral.
Spike Lee no Festival de Cannes, na França
REUTERS - REUTERS
Spike Lee durante cerimônia de abertura do Festival de Cinema de Cannes
Imagem: REUTERS

Anti-Bolsonaro

Não é nem a primeira vez em que Spike Lee critica publicamente Bolsonaro. Em 2018, depois da eleição do atual presidente, ele expressou sua preocupação, dizendo que o brasileiro era "igualmente ruim" em relação a Donald Trump.

[Esses líderes] usam o medo das pessoas. Isso não é novo. É como o fascismo costuma jogar.
Spike Lee, em 2018, depois da eleição de Bolsonaro no Brasil

Amor pelo Brasil

Conhecido pela filmografia de afirmação da cultura negra, Spike Lee —que dirigiu "Malcolm X" (1992), "Infiltrado na Klan" (2018) e "Destacamento Blood" (2020)— começou seu "romance" com o Brasil em 1986, quando exibiu no Fest Rio seu "Ela Quer Tudo", que estreou no mesmo ano.

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O clipe de 'They Don't Care About Us', com o Olodum:

Michael Jackson no Pelourinho

Em 1996, Lee escolheu gravar o clipe "They Don't Care About Us", de Michael Jackson, no Brasil, tendo como locações o Pelourinho, em Salvador, e o Morro Dona Marta, no Rio.

O clipe com o astro pop agitou as comunidades e foi tema de muitas reportagens à época.

Documentário

Em 2012, Lee realizou algumas entrevistas com personalidades brasileiras para um documentário chamado "Go Brazil Go!". Ele deveria ser lançado à época da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, mas acabou não estreando.

É sobre o novo Brasil, sobre como o país emergiu como uma nova superpotência.
Spike Lee, sobre o filme 'Go Brazil Go!'
Roberto Stuckert Filho/PR - Roberto Stuckert Filho/PR
Spike Lee elogiou Dilma Rousseff depois de encontrá-la, em 2012
Imagem: Roberto Stuckert Filho/PR
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Encontro com Dilma

Em abril de 2012, ele conversou com Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, para o filme, e disse ter ficado "muito impressionado" com a então mandachuva do país.

O jornalista Fernando Morais, consultor do projeto, também participou do encontro.

Entre as personalidades que Spike Lee queria entrevistar para o doc estavam Neymar, Chico Buarque, Milton Nascimento e o ex-presidente Lula.

"The Game", o single em ritmo de samba de Kelly Rowland:

Mais clipes no Brasil

Às vésperas da Copa, ele dirigiu por aqui dois clipes comerciais ligados ao evento, um para a LG Electronics, protagonizado por Seu Jorge (de quem se tornou "parça"), e o outro para a cantora Kelly Rowland, o clipe da música "The Game".

Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Seu Jorge e Spike Lee em jogo do Flamengo no Maracanã
Imagem: Reprodução/Instagram
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O vídeo com Seu Jorge, ao som da música "Mais uma Vez (Festa Brasileira)", foi gravado no Maracanã, em um jogo entre Flamengo e Atlético-P. O cineasta dividiu suas impressões no Instagram.

O jogo de hoje à noite fez o nosso Super Bowl parecer a World Series infantil [torneio de beisebol para crianças]. O lugar estava enlouquecido durante todo o jogo.