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Marisa Monte opina sobre descaso de Bolsonaro com a cultura

Marisa Monte lança "Portas" - Leo Aversa / Divulgação
Marisa Monte lança "Portas" Imagem: Leo Aversa / Divulgação

Colaboração para Splash, em São Paulo

04/07/2021 10h11Atualizada em 04/07/2021 10h11

Marisa Monte, de 54 anos, lançou recentemente seu novo álbum "Portas". Em divulgação do projeto, ela falou sobre o teor "esperançoso e calmante" do mesmo e opinou sobre a postura de Jair Bolsonaro em relação à cultura.

"O disco todo tem essa intenção, é positivo porque eu sou uma pessoa que tem esperança, [mesmo] vivendo um momento trágico", iniciou ela, em entrevista ao jornal O Globo.

Questionada sobre a postura do governo federal com a pasta cultural, a cantora classifica o descaso como um "desperdício". "É uma grande falta de visão não promover esse motor econômico que é a cultura no Brasil. Não podemos ser tratados como vagabundos. Somos profissionais que geram muitos empregos", opinou.

"Espero que o próximo governo, no mínimo, recrie o Ministério da Cultura e uma política de acesso à cultura em vez de demonizar os artistas. Enquanto isso, sigo fazendo resistência poética e amorosa", acrescentou a cantora.

Apesar da opinião a respeito do chefe de estado, nas redes sociais todo o conteúdo de Marisa é voltado para seu trabalho. Para ela, não existe benefício em "gritar" em tempos de polarização, a artista prefere prover a "vacina musical".

"Acho que sou muito clara. Em 30 anos de vida pública, não deixei muitas dúvidas. Apoiei campanhas pela paz, Direitos Humanos, preservação da Amazônia. Mais do que vocalizar nesse momento em que todo mundo está gritando, e ninguém quer se ouvir, prefiro dar espaço para cura. Essa vacina musical", diz ela, referindo-se ao seu novo projeto.

Por fim, ao falar de planos futuros, Marisa Monte é indaga se o público precisará esperar mais 10 anos para ouvir inéditas suas. Em resposta, em tom de humor, ela brinca. "Acho que não. Mas existe o tempo das coisas. E eu não tenho esse controle".