Divertido e ágil, episódio 3 de Loki entrega revelações importantes
Se ter um Loki já era bom, imagina então ter dois. No terceiro episódio, a série do Disney+, sai um pouco mais da TVA e se dedica à relação entre o deus da trapaça e sua variante feminina, Sylvie (Sophia Di Martino). O resultado é ágil e divertido, embora avance pouco na história.
Partindo imediatamente após o fim do episódio anterior, "Lamentis" encontra nosso protagonista e sua contraparte encurralados na sede da TVA. Para fugir, eles se teletransportam para uma lua habitável prestes a ser destruída — Lamentis 1.
Esta provavelmente não foi a melhor ideia de Loki (Tom Hiddleston), mas ainda não é a pior parte: o Time Pad, aparelho usado para que eles possam se locomover no espaço-tempo, está sem energia, e a missão é conseguir recarregá-lo. Num local prestes a explodir.
Com isso, a série encontra um bom cenário para explorar a relação entre Loki e Sylvie com leveza e humor. Afinal, os dois estão presos em um cenário apocalíptico e precisam trabalhar juntos se quiserem sobreviver.
A dinâmica entre os dois, quase fraternal, é de velhos amigos se reencontrando. Há uma curiosidade natural que os aproxima, mas a roteirista Bisha K. Ali assume que um já entende como o outro funciona. Isso confere velocidade aos diálogos e torna esse o episódio mais divertido até agora.
Para além da diversão, as cenas em que os dois se desentendem — que dominam o episódio — cumprem a função de esclarecer que eles podem até ser variantes, mas são categoricamente diferentes em vários aspectos.
Por exemplo, Sylvie é mais regrada do que Loki e busca seguir mais à risca o planejado, enquanto ele tem uma energia caótica de improvisação que o faz parecer o irmão mais novo desleixado. Ela também tem maior domínio de seus poderes, o que faz com que ele comece a usar melhor os próprios.
Mas também há semelhanças, sobretudo em relação a traumas familiares e pouco sucesso no campo do romance. Um dos pontos altos do episódio é a revelação sobre a bissexualidade do asgardiano, feita em um diálogo quando os dois estão tentando roubar energia de um trem.
Para a diretora do episódio, Kate Herron, fazer essa afirmação foi parte essencial em sua escolha de ingressar na produção da série:
"Desde quando me uni [à equipe], era meu objetivo reconhecer que Loki é bissexual. É parte de quem ele é (...), e estou feliz de dizer que isso agora está no cânone do MCU."
Outro ponto importante, mas que passa apenas como um comentário corriqueiro, é Sylvie contar a Loki que os Guardiões do Tempo não foram criados pela TVA, mas que são variantes que se uniram à organização e antes tinham vidas comuns na Terra.
É possível que isso gere repercussões nos próximos episódios, principalmente quanto à relação do asgardiano com Mobius (Owen Wilson) e Renslayer (Gugu Mbatha-Raw). Mas, antes disso, ele precisa descobrir como fugir de um apocalipse.
No geral, "Lamentis" é um episódio mais modesto na trama, mas justamente por isso é certeiro ao escolher apresentar melhor quem são esses 'Lokis' antes de partir para a metade final da série, que promete reverberar lá em "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura".
E, afinal de contas, sejamos honestos: se for para ficar preso acidentalmente em um local prestes a ir pelos ares, que seja com duas versões ardilosas do anti-herói mais versátil do Universo Cinematográfico Marvel.
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