Nany People: 'Quem Quer Ficar com Mario?' é continuidade de Paulo Gustavo
A atriz Nany People afirmou que o filme "Quem Quer Ficar com Mario?" também faz parte de um legado deixado pelo ator Paulo Gustavo, que faleceu há dois meses em decorrência de complicações da covid-19.
Em entrevista a Zeca Camargo, exibida na edição de hoje do Splash Show, ela defendeu que Paulo Gustavo ensinou sobre a teimosia de ser quem ele é.
O legado que o Paulo Gustavo deixou para a gente foi a liberdade e a teimosia de ser quem ele é. Ele tem a energia, o discurso. Qualquer discurso, para ser pertinente, tem que ser bem-humorado. O riso, além de ser importante para sobreviver, é um ato de teimosia e de coragem.
Afirmou Nany People.
O apresentador concordou com ela ao afirmar que o personagem da Dona Hermínia — eternizado por Paulo Gustavo em "Minha Mãe É Uma Peça" — abriu caminhos para que filmes como "Quem Quer Ficar Com Mario?" cheguem aos cinemas para o grande público.
Esse filme tem uma continuidade do trabalho e do legado de Paulo Gustavo. Dona Hermínia abriu um caminho pra você ter esses assuntos no cinema para um grande público e cutucar essa família tradicional com elegância, com seriedade e, ao mesmo tempo, com uma sensibilidade muito grande. Esse sim eu acho que é o legado do Paulo Gustavo.
Explicou Zeca Camargo.
Daniel Rocha, que vive o protagonista Mário, também atribui a Paulo Gustavo essa abertura para poder tratar da vida de pessoas LGBTQIA+ no cinema.
Antes dele não existia isso no cinema. Eu não lembro de ter falado de uma maneira tão clara e tão leve e botar toda a família sentada na cadeira de cinema e ser a maior bilheteria da história. Eu acho que, de alguma maneira, o nosso filme dialoga com o que ele gostaria que fosse falado por outros atores, outras produções além das dele.
O filme
"Quem Quer Ficar com Mário?" estreia hoje nos cinemas de todo o Brasil e conta a história de Mário (Daniel Rocha), que volta à sua terra natal e resolve se assumir para seu pai conservador e contar que mora com o namorado.
Nany também defendeu que o filme retrata uma espécie de pós-guerra antes mesmo da guerra terminar.
"O mundo está de luto, por várias coisas. Todo dia é um sopapo, é eita atrás de eita. É um filme de pós-guerra sem a guerra ter acabado. Em 2019, quando o filme foi gravado, a gente nem pensava que ia rolar a pandemia", explicou.
O diretor do filme, Hsu Chien, quer que a crescente parcela conservadora da sociedade brasileira chegue ao filme e mude seu ponto de vista sobre temas como misoginia e homofobia.
O meu desejo muito grande é que as pessoas assistam esse filme, especialmente nesse momento de uma polarização tão grande, em que a gente está entendendo que a sociedade conseradora é muito grande no Brasil. Que eles tenham oportunidade de assistir ao filme e também mudem seu ponto de vista com relação à questão da sociedade patriarcal, da misoginia e da homofobia. Que aceitem as pessoas nas suas escolhas, isso é muito importante pra gente.
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