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'Sou mensageira da liberdade', diz MC Dricka, que concorre ao BET Awards

A cantora MC Dricka
A cantora MC Dricka
Divulgação

De Splash, em São Paulo

09/06/2021 04h00

Fernanda Adrielli, a MC Dricka, acordou na segunda-feira (7) pronta para mais uma semana de trabalho. Quando pegou o celular, viu suas notificações do Twitter explodindo e várias chamadas dos seus produtores.

O motivo:

Ela foi indicada ao BET Awards, uma das premiações mais importantes da música urbana e do hip-hop mundial, concorrendo ao prêmio de Melhor Novidade Internacional, em votação que é aberta para o público.

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A cantora conversou com Splash, por videochamada, e comentou a indicação ao prêmio ao lado de nomes como Emicida, Beyoncé, The Weeknd e outros artistas. Obviamente, a ficha da MC de 22 anos ainda não caiu.

Com essa indicação, vejo que me tornei uma artista relevante e quero revolucionar ainda mais. Eu fico tanto no estúdio, que nem imaginava alcançar esse patamar.
MC Dricka

Quando diz que fica muito tempo no estúdio, ela não está exagerando. No seu apartamento, ela reservou um quarto para produzir suas músicas e compor. Lá, a cantora passa boa parte do tempo. E, quando não está fazendo música, está jogando videogame.

Dricka mudou a forma que o funk de São Paulo enxergava as mulheres. Antes da MC, se contavam nos dedos as cantoras que conseguiam driblar o machismo do ritmo.

Ela invadiu a cena compondo, produzindo e cantando putaria:

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Quanto mais eu vou gemendo // o Will (DJ) me fode mais // Empurra, empurra // Empurra que eu sou puta
Trecho da música "Empurra, Empurra", da MC Dricka

A cantora fica feliz em ter sido a "chave" que abriu o portão para entrada de novas MCs, caso da MC Danny, que ganhou destaque com "Xerecard" e, recentemente, gravou com Xand Avião e DJ Ivis a música "Não Pode Se Apaixonar", uma das mais tocadas no país.

Dricka reforça a importância do discurso.

Não podemos ser hipócritas, não canto nada que não seja realidade. Claro que tem música que não é feita para tocar na ceia do Natal, mas se encaixa em outros rolês.
MC Dricka
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Se engana quem pensa que Dricka, que agora está internacional, vai abandonar suas raízes. Ela reforça que a cultura do funk precisa ser reconhecida por toda sua versatilidade e impacto.

Sou mensageira da liberdade feminina. Eu vim para dizer que mulher pode, sim, cantar putaria, consciente ou a vertente que quiser. Quero deixar essa mensagem para outras.
MC Dricka

O sonho de muito artista é se apresentar na TV e, convenhamos, para cantar no programa familiar da Fátima Bernardes, às 11h, algumas das canções da Dricka não são adequadas. Mas ela tem outras opções, como "Nós Tem Um Charme Que É Daora", que já bateu mais de 100 milhões de visualizações no YouTube.

Não sou egoísta. Sou funkeira nata, mas amo a música. Eu canto de tudo e, caso a Fátima queira me convidar, eu tenho músicas com outras letras.
MC Dricka
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A empresária MC Dricka

Como mostramos em outros momentos aqui em Splash, o mercado do funk é monopolizado por duas empresas: GR6 e KondZilla. Dricka diz que as produtoras são importantes, principalmente em oferecem um bom suporte profissional.

No entanto, os MCs estão procurando abrir suas próprias produtoras para investirem na sua carreira de forma mais autônoma e dar oportunidade para outros funkeiros. Foi o caso do MC Kevin (1998-2021), com a Revolução Record, e Dricka também vem investindo na sua: a Hit 13.

Ela diz que é possível intercalar a vida de MC e empresária, mesmo com o dia durando 24 horas.

Tenho uma equipe boa, uma galera que dá o sangue. Tem muito moleque, muita mina, que está começando a cantar, a produzir, a fazer videoclipe, e precisa de uma oportunidade. Quero oferecer isso.