Globo conta história de homem trans que se inspirou em novela para mudança
Richard Alcantâra sofreu com ataques homofóbicos no passado: "Maria macho" e "sapatão" eram alguns dos apelidos da infância por manifestar identidade de gênero masculina.
Após acompanhar a história e transição de Ivana (Carol Duarte) em "A Força do Querer", exibida na Globo em 2017, tudo mudou.
Richard terá sua história contada no especial "Falas de Orgulho", exibido na Globo no dia 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBT.
"Foi só quando começou 'A Força do Querer' que eu comecei a me entender como homem trans. A novela mudou a minha vida, literalmente".
"A partir dos 14 anos passei a entender que me atraía por meninas, mas tinha medo de assumir porque achei que poderia decepcionar a minha família".
Ele chegou a se relacionar com meninos para tentar "se enquadrar".
Parece que você está vivendo um personagem inacabável
O jovem, de 24 anos, que até então não se encaixava nos padrões sociais de masculino e feminino, passou a se enxergar melhor na personagem da novela.
"Eu não sabia o que era 'transgênero', vivia em um mundo dividido entre 'lésbicas e gays'."
A novela mudou a minha vida, literalmente. No começo, eu via a Ivana e pensava 'nossa, isso já aconteceu comigo'. E a cada fase que o personagem foi passando, eu me sentia representado
Richard assistiu a novela com sua mãe e até ela passou a reconhecê-lo na história de Ivan.
"Foi assim que me descobri um homem trans e procurei por tratamento hormonal", relembra ele.
Morador da cidade de Caçapava, em São Paulo, Richard trabalha como assistente de controle de qualidade em uma fábrica de automóveis e namora há dois anos com Yuri Fernanda.
"A gente se conheceu em um restaurante que eu trabalhava, ainda com aparência e nome feminino. Ela foi a primeira pessoa por lá a vir conversar comigo e me perguntar como eu queria ser chamado. Viramos muito amigos e a amizade virou amor. Ela me acompanha em tudo", revela, apaixonado.
Trauma de banheiro público
Entre os preconceitos e medos enfrentados por Richard, durante o período de transição, estão atos que parecem simples para todos, como o uso de banheiro público.
Era sempre traumático. Quantas vezes eu chegava em casa chorando de dor porque tinha medo de usar o banheiro do shopping ou do trabalho. É traumático ter as pessoas te olhando torto. Hoje em dia, com o tratamento hormonal, já tenho barba e consigo entrar sem medo, de cabeça erguida.
Ele também já precisou esconder sua identidade de gênero no trabalho.
"Fui contratado com currículo feminino. E é muito difícil você chegar procurando um emprego e com um currículo diferente da sua aparência. Aqui nesse meu novo emprego, já fui contratado como Richard".
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