Carlos Gil relembra começo da covid na Ásia e vive expectativa de Olimpíada
Há quase três anos, Carlos Gil recebeu uma notícia que mudaria completamente sua vida. O Brasil já não seria mais sua casa. Ele, que se consagrou como repórter esportivo por aqui, virava correspondente internacional no Japão.
Com experiência em Copa do Mundo, Fórmula 1 e Jogos Olímpicos, era um nome grande para preparar terreno para a cobertura da Olimpíada de 2020, que agora será em 2021. Mas no meio do caminho tinha uma "pneumonia chinesa": a pandemia de covid-19.
Prontamente me interessei [em aceitar a vaga]. Dividi com a minha esposa e ela também topou, por acreditar que seria uma experiência interessante para os nossos filhos viver em outro país, aprender uma nova cultura e novas línguas. Tinha como desejo viver essa experiência.
Mas nem tudo saiu como o esperado:
Carlos Gil
Apesar de tudo ter começado na Ásia, Gil afirma que a situação foi bem mais tranquila no Japão. E que o momento maior é de preocupação com amigos e parentes no Brasil.
"Acompanhamos com muita angústia. A tecnologia nos permite estar em contato sempre, mas é complicado. Aqui, ninguém do nosso círculo contraiu o vírus. Na escola dos meus filhos, por exemplo, o pai de uma criança e uma professora foram infectados".
Gil ainda admitiu que viver o isolamento no Japão foi mais fácil, pois não chegaram a ficar nem três meses com tudo fechado. Mas confessa que abriu mão de algumas regalias familiares que tinha, como a ida ao cinema.
Ir para o Japão significou mudar não só a rotina de horários, também a de trabalho. O esporte ficaria sem segundo plano, ainda que a Olimpíada estivesse a caminho. Agora, o foco eram todas as áreas envolvendo a Ásia. Mas Gil encarou tranquilamente.
Carlos Gil estará na equipe da Globo que promete uma cobertura de mais de 200 horas de transmissão ao vivo. No momento, ele grava a série "Tóquio 1964" que mostra as conexões entre os dois Jogos Olímpicos japoneses e vai ao ar no Esporte Espetacular.
Hoje, o cenário indica que os Jogos vão acontecer. De uma maneira diferente, com diferentes protocolos. A ansiedade é natural. Claro que todo evento esportivo tem as suas incertezas, mas essa é uma incerteza diferente, mexe com a saúde pública, então tudo tem sido muito intenso.
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