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Joelma diz que filhos presenciaram agressão de Ximbinha: 'Gota d'água'

Joelma falou que ainda enfrenta sequelas da covid-19, mesmo 4 meses depois do diagnóstico - Reprodução/GShow
Joelma falou que ainda enfrenta sequelas da covid-19, mesmo 4 meses depois do diagnóstico Imagem: Reprodução/GShow

Colaboração para Splash, em São Paulo

21/04/2021 06h57Atualizada em 21/04/2021 14h00

Joelma abriu o coração para falar sobre sua vida pessoal, desde os traumas relacionados ao alcoolismo do pai até a separação de seu ex-marido, o guitarrista Ximbinha, com quem dividia os holofotes na Banda Calypso, além de fazer uma retrospectiva de sua carreira até aqui.

"Este ano, completo 28 anos de carreira, comecei com 19 e já vou fazer 47. Foi muita luta até chegar aqui. Sofri muito preconceito, por ser do norte. Me lembro de uma cena em que estava no interior dividindo camarim com mais três bandas... Quando falava que era de Belém do Pará, as pessoas se levantavam e parecia que nós tínhamos uma doença contagiosa. Sabendo disso, meu empresário dizia para falar que éramos de São Paulo. Mas quando eu entrava, dava um berro tão grande dizendo: 'Isso é Calypso, do Belém do Pará'", declarou ela para a "Quem".

A cantora disse ter orgulho de suas origens desde pequena. "Acho que sou privilegiada por ter nascido naquele lugar lindo. Era muito feliz. Fui criada na rua com toda liberdade, me sentia um passarinho fora da gaiola. Para mim, estava no melhor lugar do mundo. Quando os paraenses vinham para São Paulo, eles tinham que mentir que eram de outro lugar. Eu não", ressaltou.

Sempre tive muito orgulho de onde eu vim. Desde pequenininha, aprendi que não sou melhor do que ninguém, mas ninguém é melhor do que eu. Não abaixo minha cabeça para ninguém, mas também não levanto. Para mim, nós somos todos iguais.

De acordo com ela, foram as mulheres da família que passaram essa garra. "Essa força vem da minha bisavó, Cantiliana, avó, Raimunda, e minha mãe, Maria de Nazareth. As histórias delas foram se repetindo e todas foram abandonadas pelos maridos. E naquela época era muito mais difícil, porque mulher sofria muito preconceito por ser mãe solteira", explicou, aproveitando para chamar a atenção para o feminicídio.

"Aumentou muito a violência contra a mulher na pandemia, mas acredito que isso não é de agora. A pandemia só foi o estopim. Por isso, a importância de denunciar", disse a artista.

Não deixar acontecer, tem que lutar muito... Aconteceu no início comigo. Bem no início e no final do meu relacionamento. Mas quando começou a afetar os meus filhos, eu decidi que isso não podia mais acontecer. Acho que nosso casamento durou muito ainda, porque a gente trabalhava demais. E o trabalho era o meu refúgio. Eu aguentava, porque ali eu me refazia, me renovava, me reiventava.

Joelma prosseguiu: "E isso me segurou muito na relação. Mas quando começou a afetar os meus filhos, eu disse: 'Agora, não dá mais'. Quando é só com você, ainda dá para segurar. Como a gente passava pouco tempo em casa, eles nunca viram acontecer. Quando meu filhos presenciaram (as agressões), foi a gota d'água. Aí, tomei a decisão e foi a melhor coisa que fiz para não deixar acontecer com eles, o que aconteceu comigo", ponderou.

Joelma notou que estava empoderando outras mulheres depois de sua entrevista ao "Fantástico", onde falou sobre sua situação. "Percebi quando me separei. Chegava nos aeroportos e em vários lugares e as mulheres me abraçavam e agradeciam dizendo que salvei a vida delas. E eu ficava pasma e dizia: 'Mas eu não te conheço'. E elas diziam que quando dei um basta, incentivei elas a tomarem a melhor decisão da vida e agora elas eram felizes e livres".

A cantora garante ter perdoado o ex-marido, mas não tem qualquer contato com ele. "Teve uma mulher, uma vez, que me disse que estava há 10 anos sofrendo pelo ex-marido. Isso é tempo demais! Eu consegui superar porque aprendi a perdoar. Quando você perdoa, aquela coisa horrível sai de você, junto com aquele rancor, aquele ódio", recordou.

Para você ser feliz de verdade, tem que aprender a perdoar. E tem que aprender a pedir perdão também quando erra. Eu peço perdão quando erro com meus filhos. Nós somos seres humanos imperfeitos. Aprendi que para ser feliz de verdade é preciso perdoar e pedir perdão. Mas não é uma coisa fácil. Você tem que entender que perdoar não é confiar. Perdoa, mas não precisa conviver, chegar perto.