Snoopy ganha série, e viúva de seu criador quer redescoberta das tirinhas
Snoopy fez (e ainda faz) a alegria de várias gerações que conheceram suas tirinhas nos jornais. Mas agora, aos 70 anos, ele, Charlie Brown, Patty Pimentinha e companhia têm uma nova série que leva o espírito do papel para as telas:
"Snoopy e sua Turma", que estreou no último dia 5 no Apple TV+.
A série é, na verdade, a segunda com os personagens criados por Charles M. Schulz (1922-2000) na Apple: em 2019, a gigante de tecnologia já havia lançado "Snoopy no Espaço", com episódios curtinhos que mostram uma versão astronauta do nosso beagle favorito.
Mas a nova produção, com seis episódios de quase meia hora, vem para pegar fundo na nostalgia de quem lia as tirinhas "Peanuts". A imaginação do Snoopy escritor está lá, assim como suas versões aviador e jogador de baseball —isso sem falar de outros ícones, como a barraquinha de conselhos de Lucy.
Mas, para chegar aí, foi um longo caminho para Jean Schulz, 81. Viúva de Charles, com quem foi casada por 27 anos, ela se tornou uma espécie de guardiã dos personagens desde a morte do cartunista, e passou anos procurando o parceiro certo para levar Snoopy mais uma vez à TV.
Splash conversou com ela, e te contamos tudo:
De novo na TV
Além dos famosos especiais de Natal, Snoopy e seus amigos ganharam algumas séries na TV ao longo dos anos. A última havia sido em 2014, em uma coprodução francesa e americana.
"Fazia muitos anos que já estávamos sentindo falta dos personagens na TV", diz Jean.
Depois de perceber isso, Jean conta, foram anos procurando um parceiro que se dispusesse a trabalhar em um modelo de colaboração com a Peanuts Worldwide, empresa que administra tudo relacionado aos personagens. Foi quando, há aproximadamente três anos, o Apple TV+ entrou na jogada.
"Eles estavam dispostos a colaborar com a nossa família e o nosso estúdio aqui e ter as tirinhas como base para a animação, construindo uma parceria para as histórias", diz ela, que está feliz com o resultado. "Acho que funcionou lindamente".
O legado de Charles Schulz
Ao longo da entrevista, Jean fala com carinho de seu "Sparky", apelido de Charles entre a família e os amigos, e destaca a expertise de seus traços ao criar movimentos e expressões para seus personagens.
Ela cita como exemplo a tirinha "Grenoble" (1967), em que Snoopy, de patins, treina para as Olimpíadas de Inverno em Grenobla, na França, e faz um movimento conhecido como Salto Axel. Charles a desenhou, segundo ela, a partir de um vídeo de um patinador profissional.
"Mesmo ele tendo desenhado a tirinha em 67, as pessoas que aprendem esse salto hoje encontrarão lá o que precisam saber. Ela mostra o quão fiel Sparky era ao que estava desenhando. Ele estudava, entedia, e se preocupava que aquilo fosse fiel à vida real", recorda.
Para Jean, a nova série produzida por Mark Evestaff e Stephanie Betts conseguiu captar bem esse espírito do criador dos Peanuts —e agora, ela espera que "Snoopy e sua Turma" permita uma redescoberta das tirinhas, hoje também disponíveis em livros.
Vale notar que, por um desejo de Charles, "Peanuts" não ganhou novas tirinhas após a morte de seu criador. Apesar disso, continua rendendo bem: segundo a "Forbes", o cartunista foi a terceira celebridade morta mais bem paga de 2020, com US$ 32,5 milhões, atrás apenas de Michael Jackson e Dr. Seuss.
Uma nova geração de fãs
Snoopy está em camisetas, cadernos e até em cafés, mas, para uma nova geração, a animação deve ser o primeiro contato deles com o beagle.
"Eu adoraria estar no Brasil ou em qualquer outro lugar, com crianças vendo Snoopy pela primeira vez e ouvindo as risadas delas", diz Jean, antes de recordar outra história do marido —desta vez, de quando ele foi a uma sessão de uma peça "You're a Good Man, Charlie Brown" (1967).
E, apesar de não poder acompanhar nenhum tipo de sessão, já que ainda estamos em plena pandemia, ela está animada com as reações à série: "Acho que as pessoas vão rir e aproveitar".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.