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Raquel Krähenbühl: repórter da Globo lembra tensão em invasão ao Capitólio

Raquel Krahenbuhl era a jornalista brasileira na cobertura do Capitólio
Raquel Krahenbuhl era a jornalista brasileira na cobertura do Capitólio
Reprodução/Instagram

De Splash, em São Paulo

13/01/2021 04h00

Se você não tinha ouvido falar de Raquel Krähenbühl em 2020, provavelmente agora você sabe quem é a repórter da Globo em Washington. Ela, que já havia sido destaque na cobertura das eleições do ano passado, voltou a chamar a atenção por seu trabalho, na semana passada.

Coube à jornalista a missão de ser a brasileira a passar informações sobre a invasão do Capitólio. Nitidamente nervosa com a situação, ela segurou bem a transmissão ao vivo durante muitas horas. Depois, ainda emplacou matérias no "Fantástico", "Jornal Nacional" e "Jornal Hoje".

Só deu ela.

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"Nunca imaginei que cobriria algo do tipo no coração da capital dos EUA. Isso mostra a dimensão do que a gente tentava processar enquanto estava ao vivo, explicando o que acontecia aos espectadores. Foi um ataque tão inédito, que apesar dos alertas, a polícia não estava preparada."

A gente não sabia o que estava acontecendo, para onde ir e nem o que fazer. Fomos descobrindo enquanto estávamos ao vivo.

A tensão de quem assistia às cenas de terrorismo pela televisão também era presente durante a cobertura de Raquel. O medo de não saber para onde correr se fosse preciso e a insegurança de lidar com o desconhecido estavam por trás do microfone.

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Estávamos no subsolo, sem poder sair. Mas procurei segurar as emoções e canalizei toda a adrenalina para o jornalismo. Não conseguia pensar muito no que estava acontecendo.
Saul Loeb/AFP - Saul Loeb/AFP
Imagem: Saul Loeb/AFP

Evacuação

Segundo Raquel, ela percebeu que o momento tinha uma tensão acima do normal quando o prédio em que estava foi evacuado por ameaça de bomba. Mas a gravidade da situação só foi percebida ao ver os congressistas com medo —e tudo isso foi transmitido em tempo real.

"Percebi a gravidade quando vi os congressistas passando em choque e segurando máscaras anti-gás, sendo escoltados para um local seguro. Em um rápido contato, consegui escutar uma frase marcante: 'Estamos sob ataque'. Depois, vi um policial ferido, muita gente chamando médico, atiradores de elite".

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E quem acha que, uma semana depois, Raquel já conseguiu desligar, relaxar e processar tudo o que aconteceu está enganado.

Não consegui desligar. Cheguei em casa pouco depois de meia-noite e demorei para dormir.

"Domingo foi o primeiro dia em que consegui dormir melhor. Agora tem pedido de impeachment, posse, então vai demorar uns dias para parar e processar o que vivi naquele 6 de janeiro. Foi um choque para todos os jornalistas que estavam ali naquele dia".

Com o trabalho de Raquel e analistas, a GloboNews liderou a audiência da TV por assinatura no dia da cobertura. Foram mais de 2,5 milhões de pessoas acompanhando a transmissão.