Elliot Page já foi indicado ao Oscar e denunciou assédio em Hollywood
O ator Elliot Page tomou o mundo de surpresa ao revelar que se reconhecia como homem trans na tarde de ontem. Ativista da causa LGBTQ+ há muitos anos, ele despontou em um dos filmes mais aclamados da década de 2000 e também denunciou casos de assédio que sofreu em Hollywood.
Eu me sinto infinitamente inspirado por tantos na comunidade trans. Obrigado por sua coragem, sua generosidade, e por trabalhar incessantemente para fazer deste mundo um lugar mais inclusivo e compassivo. Eu sempre oferecei qualquer apoio que eu puder dar à comunidade.
'Juno'
Apesar de ter iniciado a carreira em 2002, foi em "Juno", de 2007, que Elliot conseguiu estourar em Hollywood. Interpretando uma adolescente grávida no longa de Jason Reitman, ele conquistou indicações ao Oscar, Globo de Ouro e BAFTA. Em 2014, o ator condenou piadas homofóbicas do filme.
Não foi algo que me dei conta na época, mas claro, agora mais velho, percebo. Muitos dos filmes que eu amava quando criança são cheios de homofobia e transfobia, e não tem desculpa para isso.
disse, em entrevista à Bustle
Outros sucessos
Depois de "Juno", a carreira de Elliot decolou e ele se tornou um dos atores mais requisitados de Hollywood. Trabalhou com Christopher Nolan em "A Origem" (2010) e deu sequência ao trabalho na franquia de "X-Men", onde interpretava Lince Negra.
Febre na Netflix
Atualmente, Elliot faz sucesso como Vanya Hargreeves, personagem de "The Umbrella Academy", série da Netflix renovada para sua terceira temporada no mês passado. Também na Netflix, ele participou da minissérie "Crônicas de San Francisco", sobre a comunidade LGBTQ+, em 2019.
Após o anúncio de Elliot, a Netflix comentou o anúncio: "Muito orgulhosa do nosso super-herói (...) mal podemos esperar pelo seu retorno na terceira temporada". As gravações e "Umbrella Academy" retornam em fevereiro.
Woody Allen
Em 2012, o ator foi uma das estrelas do longa "Para Roma com Amor", dirigido por Woody Allen. Além das críticas negativas ao filme, Elliot admitiu se arrepender de ter participado da produção e trabalhado com o diretor, acusado de abuso sexual.
É o maior arrependimento da minha carreira. Estou com vergonha de ter feito isso. Eu ainda não tinha encontrado minha voz e não era quem eu sou agora e me senti pressionado, porque 'é claro que você tem que dizer sim a este filme de Woody Allen'. Eu fiz a escolha errada.
desabafou no Facebook
Se assumindo LGBTQ+
Foi em 2014 que Elliot tornou público que se identificava como lésbica, durante a participação em uma conferência dos direitos humanos em Las Vegas.
Estou aqui porque sou gay e porque quero fazer a diferença para que o caminho de outras pessoas como eu seja mais fácil e esperançoso.
declarou, na época
Ativismo LGBTQ+
Desde que se assumiu LGBTQ+, Elliot sempre se dedicou à causa, inclusive participando do documentário "Gaycation", no qual entrevistou o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, confrontando suas declarações controversas sobre a população LGBTQ+.
O senhor não acha que é normal. Diz que devem bater nos filhos que são gays e que preferia ver seu filho morto do que vê-lo gay.
disse Elliot a Bolsonaro
Denúncia de assédio
Em um post do Facebook em 2017, Elliot desabafou sobre o assédio que sofreu 10 anos antes, durante as gravações de "X Men". Ele relembrou que o diretor do filme, Brett Ratner, o tirou do armário à força na frente do elenco do longa.
Eu sabia que eu era gay, mas não sabia, por assim dizer. Eu me senti violado. Não disse uma palavra e assisti ninguém mais fazer algo. Eu continuei a observá-lo no set, dizia coisas degradantes para as mulheres. Eu tinha 18 anos e não tinha ferramentas para lidar com a situação.
Elliot também relembrou que, dois anos antes, em 2005, quando ainda era menor de idade, foi assediado por outro diretor de Hollywood, que tentou se aproveitar dele.
Quando eu tinha 16 anos, um diretor me levou para jantar. Ele acariciou minha perna debaixo da mesa e disse: 'Você tem que fazer o movimento, eu não posso'. Eu não fiz o jogo e tive a sorte de me afastar dessa situação. Foi uma revelação dolorosa: minha segurança não estava garantida no trabalho.
Casamento e estreia como diretor
Em 2018, Elliot se casou com a dançarina e coreógrafa Emma Portner. Os dois vivem juntos em Nova York até hoje. Em 2019, ele se lançou como diretor no documentário "There's Something in the Water" sobre racismo ambiental no Canadá.
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