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Cristiana Oliveira conta que olhar de Juma Marruá foi inspirado nos jacarés

Cristiana Oliveira como Juma Marruá, em "Pantanal"
Cristiana Oliveira como Juma Marruá, em "Pantanal"
Divulgação

De Splash, no Rio

01/12/2020 04h00

Juma Marruá, a personagem, metade mulher, metade onça de "Pantanal", interpretada por Cristiana Oliveira na primeira versão exibida em 1990 na Manchete, tem despertado interesse de muitas atrizes desde que a Globo confirmou o remake. Cristiana conversou com Splash sobre a composição da personagem.

Eu me olhei no espelho e criei aquele olhar de bicho desconfiado. Lembro que quando fiz umas cenas nas salinas, que eu estava nadando e pensei 'podia imitar um jacaré'. Comecei a observar e imitar, era uma coisa de baixo para cima, eles mexiam muito os olhos e comecei a fazer.

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Fica a dica para as candidatas!

Olhar inocente

Quando as cenas mostravam uma Juma mais inocente, a atriz buscou a inspiração na família.

"Para o lado ingênuo da Juma, eu lembrava dos olhares da minha filha, que tinha 2 anos. Era um olhar curioso, que coloquei na Juma. Falava com uma voz mais delicada e, às vezes, mais brava".

Cristiana inicialmente foi escalada para viver outra personagem, mas curtiu tanto o papel de Juma que batalhou por ela. Quando voltou de uma viagem, foi surpreendida com um recado na secretária eletrônica avisando sobre a troca.

"Eu gritava: 'vou ser a Juma'. E os vizinhos gritavam: 'Cala a boca'."

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Não fiz teste para a Juma. Ia fazer a Muda porque o Jayme [Monjardim] escolheu. Estavam pensando em algumas atrizes para o papel: Glória Pires, Claudia Ohana, estavam levando em consideração umas atrizes mais conhecidas, mas elas estavam contratadas da Globo, então não podia.

1990 - Cristiana Oliveira em um de seus mais marcantes papéis, Juma Marruá, de "Pantanal", novela da Manchete por Jayme Monjardim - Divulgação - Divulgação
Cristiana Oliveira e Marcos Winter em "Pantanal", novela da Manchete
Imagem: Divulgação

Cristiana tinha 26 anos quando estourou como a Juma, de "Pantanal". Ela afirma que ganhou muito dinheiro com publicidade na ocasião, mas nunca deixou o sucesso subir à cabeça. "Muita coisa eu não aceitava ou não podia fazer porque gravava direto, até em alguns domingos. Mas fiz um pé de meia".

Nunca me deslumbrei com a fama porque tive uma pai e uma mãe que sempre foram muito céticos neste sentido, e eles falaram: 'Você está fazendo muito sucesso agora, mas pode acabar. Essa vida é muito insegura, procure manter seus pés no chão.

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Participação especial

A atriz diz não ter recebido convite para uma participação especial no remake de "Pantanal". "Isso é escolha deles, é um novo projeto, uma novela que é baseada na história. Eles têm que ter liberdade de escolha, não têm obrigação de nada e eu superrespeito".

Se surgir um convite e for uma personagem legal, acho que toparia, mas não é uma coisa que fico esperando ou criando expectativa.

Remake

Cristiana diz que com os avanços tecnológicos, "Pantanal" será abordada de forma bem diferente da primeira versão. "É outro momento. Em 1990 a gente não tinha comunicação quase, não existia internet. Na fazenda que a gente gravava não tinha telefone. Juma não tinha luz elétrica, TV, nada".

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É outra época, a televisão chega em qualquer lugar hoje em dia. As comunidades indígenas são perto de cidade de interior e acabam tendo uma troca de informações.

Quando foi confirmada para viver Juma, a atriz mudou o visual fisicamente.

"Procurei ficar mais bronzeada porque as pantaneiras são mais bronzeadas, eu já tinha aquele cabelo que era meu, só parti no meio para esconder o rosto e fiz aquele olhar e o pessoal aceitou, achou que o visual estava legal".

Observei o sotaque pantaneiro, observava isso nas meninas da cozinha, nos peões, tirei o x da carioca, não falava os erres, era aquela coisa do interior.

Nova Juma

Cristiana prefere não palpitar sobre um nome de atriz para viver a nova Juma, ela acredita que a direção poderia apostar em alguma novata. Ela acredita que a profissional escolhida não precisa interpretar a personagem igual a ela.

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A Juma do Benedito Ruy Barbosa não necessariamente tem a ver com a que a Cristiana fez. Calhou do meu cabelo ser parecido, mas eu não era uma morena de cabelo preto que nem normalmente as pantaneiras são. Foi uma construção conjunta.