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Ferrugem aposta em romantismo e defende que samba não precisa se modernizar

Ferrugem
Ferrugem
Washington Possato

Do UOL, em São Paulo

15/10/2020 04h00

Ferrugem sabe falar de amor. Suas músicas embalam casais apaixonados e também arrancam lágrimas dos corações mais sofredores. O cantor, convidado do OtaLab, no UOL, desta semana, conversou com Splash sobre a nova geração do samba e tudo que produziu na sua movimentada quarentena.

Álbum visual

Seu novo projeto, "Abre Alas", quer levar os fãs para uma experiência além das músicas. O disco será visual, transportando todo mundo para dentro de um show do Ferrugem. A primeira música de trabalho, "Tristinha", aposta no jeito todo romântico do cantor.

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Romantismo nunca sai de moda. A ideia [do álbum visual] surgiu porque estávamos há muito tempo sem ter contato com o público. Só ouvir minha voz não era o suficiente, a gente queria que eles pudessem ver o show.

Nada de coração quebrado!

Apesar de também se considerar parte do movimento da sofrência, Ferrugem defende gostar de cantar sobre amores possíveis e bem-sucedidos. Seu jeitinho romântico conquista mais do que só sua mulher.

Falo de romances que dão certo. Não gosto muito de falar de término, separação, chifre. Eu sou um cara que me declaro, gosto de dizer o quanto sou apaixonado pela minha mulher. O romantismo se entende para os meus amigos, minha família, todo mundo que me dá amor.

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Nova geração do samba

O samba e o pagode sempre tiveram lugar cativo no coração do brasileiro. Pode até parecer que os jovens só curtem funk ou sertanejo, mas sempre existe um espaço para outros gêneros. Ferrugem é um dos principais nomes dessa nova geração de sambistas e pagodeiros.

O samba é atemporal, ele não precisa se modernizar. Ele se renova constantemente sem perder suas características. Sempre aparecem novos cantores. Matheuzinho, Robinho, Binho Simões, Guga Nandes... O mais velho deve ter uns 22! Por serem mais jovens, eles cantam para esse público também.

Com o avanço das redes sociais e plataformas de streaming, o cantor avalia que o acesso a esses novos artistas está cada vez mais fácil e democrático.

A gente tem muito mais facilidade de fazer o público conhecer nossa música. Produzimos uma música de dentro do nosso quarto e divulgar para todo mundo. Se conseguirmos fazer músicas de qualidade, a gente resgata essa era dourada do samba.

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E ele não se assusta com a competição do sertanejo ou do funk!

Eu gosto de música em geral. Para mim só tem dois estilos de música: a boa e a ruim. O samba passa em todos os eventos que o funk e o sertanejo passam. Não há uma disputa. Tem público para tudo.

Vida em quarentena

Além de produzir seu novo álbum, Ferrugem aproveitou o período em isolamento social para estar mais perto da mulher, Thaís Vasconcellos, e das filhas Júlia, Sofia e Aurora.

Aprendi bastante coisa, estudei coisas que eu gostava. Consegui administrar meu tempo. Tenho feito coisas inéditas na minha vida. Nunca tinha conseguido acompanhar um ano inteiro da formação das minhas filhas. Não tem preço dormir e acordar com elas. Precisamos tirar um lado bom dessa situação.

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Mudança de vida

O período dentro de casa também não impediu a manutenção dos cuidados com o peso e a saúde. Do ano passado até agora, Ferrugem já eliminou 33kg e festeja a mudança radical.

FERRR - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Ferrugem, antes e depois de perder 33 kg
Imagem: Reprodução/Instagram

Depois do emagrecimento, minha vida tem sido outra. Estou mais leve, me sinto melhor. Minha saúde mudou completamente. Eu estava todo comprometido, cheio de complicações. Hoje, vivo 100%, estou saudável, feliz, com disposição para curtir a vida. A saúde é a coisa mais preciosa.