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O dia em que Ayrton Senna trouxe o Padre Marcelo de volta para a fé

Padre Marcelo Rossi
Padre Marcelo Rossi
Martin Gurfein/Divulgação

De Splash, em São Paulo

27/09/2020 04h00

Padre Marcelo Rossi e Ayrton Senna? Sim! O padre tem uma ligação curiosa com o piloto de Fórmula 1, e revela como o atleta o reaproximou da fé, seis anos antes de ele ser ordenado na Igreja Católica.

Ayrton Senna - Norio Koike/ASE/Divulgação - Norio Koike/ASE/Divulgação
Senna comemora a vitória no GP do Japão de 88
Imagem: Norio Koike/ASE/Divulgação
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A história é contada pelo Padre Marcelo Rossi no livro "Batismo de Fogo", que ele acaba de lançar pela editora Planeta.

Padre - Divulgação/Planeta - Divulgação/Planeta
Imagem: Divulgação/Planeta

Às coincidências: tanto ele quanto Ayrton Senna nasceram na década de 1960 e foram criados na zona norte de São Paulo. O padre lembra um episódio em que encontrou o piloto na mesma academia que frequentava, nos anos 1980.

O Ayrton ainda não era o herói esportivo que se tornaria nos anos seguintes, mas era um ser humano humilde e completamente da paz, sendo perceptível sua dedicação a Deus. Trecho de "Batismo de Fogo"

Curiosamente, nessa mesma época o padre —que é formado em Educação Física (você sabia?)— entrava no mundo dos anabolizantes para ficar "o mais musculoso possível". Um atalho nocivo, ele reconhece hoje em dia. E ainda confessa que estava preocupado apenas com o físico e havia se afastado da fé.

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Padre Marcelo - Divulgação/SBT - Divulgação/SBT
Padre Marcelo na época em que usava anabolizantes
Imagem: Divulgação/SBT

No último fim de semana de outubro de 1988, os dois componentes se encontraram: a corrida de Ayrton Senna no Japão, que poderia selar seu primeiro título na Fórmula 1, e uma aplicação de anabolizante.

Naquele dia 30 de outubro de 1988 se concretizaria o primeiro título do piloto brasileiro, mesmo com um início de prova ruim. Senna levantou as mãos aos céus na última volta e tocou o coração do jovem vizinho, que assistia a tudo pela TV.

Deus falou comigo por meio de Ayrton naquele dia. Mesmo dia em que conversei com meus pais, Vilma e Antônio, e contei que havia retornado à vida de dedicação à fé.

Senna - Norio Koike/ASE/Divulgação - Norio Koike/ASE/Divulgação
Senna nos boxes do GP do Japão, em 1988
Imagem: Norio Koike/ASE/Divulgação
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O padre, que já vivia em uma família bastante religiosa, foi naquela mesma manhã de domingo à igreja que a família frequentava e fez uma confissão emocionada. Aquele dia marcaria o primeiro título de Ayrton Senna na Fórmula 1 e o retorno definitivo de Padre Marcelo Rossi à fé cristã.

Aquele momento ainda me marcaria com uma convicção definitiva quando, no ano seguinte, Ayrton falou que durante a última volta da corrida ele teve uma visão de Deus.

Padre Marcelo - Martin Gurfein/Divulgação - Martin Gurfein/Divulgação
Imagem: Martin Gurfein/Divulgação

Em 1º de maio de 1994, Ayrton Senna perderia sua vida de forma precoce após um acidente em uma corrida na Itália. Sete meses depois, em 1º de dezembro de 1994, Marcelo Rossi se tornaria sacerdote de Jesus. O padre ainda destaca a frase que está na lápide do piloto.

Nada pode me separar do amor de Deus.