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Longo demais, 'Cruella' compensa por looks caprichados e Emma Stone sombria

Emma Stone em "Cruella" - Divulgação / Walt Dinsey
Emma Stone em "Cruella" Imagem: Divulgação / Walt Dinsey

Daniel Palomares

De Splash, em São Paulo

28/05/2021 04h00

A nova versão de "Cruella" tenta humanizar a vilã de "101 Dálmatas", mas não consegue a mesma magia de Glenn Close nos anos 1990. Com figurino e trilha sonora marcantes, superprodução chega simultaneamente aos cinemas e ao Disney+.

'Cruella'

Lançamento: 2021 Duração: 2h14 Pais: EUA Direção: Craig Gillespie Roteiro: Dana Fox, Tony McNamara
splash
4,2 /5
USUÁRIOS
4,6 /5
ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

Fizemos uma análise geral de cenário, figurino, direção de arte e fotografia

A diversão é uma nota na qual propomos, que independente das notas técnicas, a produção vale ser vista

Pontos Positivos

  • Emma Stone e Emma Thompson afiadíssimas
  • Trilha sonora impecável com clássicos dos anos 1970
  • Figurinos deslumbrantes

Pontos Negativos

  • Cruella não é tão cruel assim...
  • Filme longo demais

Veredito

Ao sermos apresentados ao passado de Cruella, conseguimos entender melhor a cabeça da vilã e ainda conhecer alguém pior do que ela! Mas mesmo com tanto esmero no figurino e na trilha sonora, mais de 2 horas de filme é difícil de aguentar.

Todos conhecemos Cruella De Vil, a temida assassina de cachorrinhos de "101 Dálmatas". Mas o novo live-action da Disney quer nos levar para o passado da vilã, mostrando sua infância e todos os acontecimentos que se sucederam para que ela se tornasse tão implacável e cruel.

Sim, mais uma história de origem.

O filme nos apresenta Estella (Emma Stone), uma aspirante a estilista que passou a adolescência vivendo escondida com dois bandidos, Jasper (Joel Fry) e Horácio (Paul Walter Hauser), até conseguir a chance de trabalhar ao lado de sua maior inspiração, a Baronesa (Emma Thompson), ícone da moda de Londres.

A relação das duas, porém, não demora a mudar quando segredos do passado são descobertos, abrindo alas para o nascimento de Cruella, a personalidade mais ousada e destemida de Estella.

Com direito a figurinos exagerados e glamourosos e uma trilha sonora infalível, passando de Supertramp a Blondie, mergulhamos naquele universo da Inglaterra dos anos 1970 e tentamos entender como uma jovem talentosa e criativa se transformou numa figura sombria e sem remorsos.

Quem, assim como eu, for fã da animação original, de 1961, vai se deliciar com algumas referências ao filme, como tutores passeando com cães muito parecidos com eles e, claro, a infame música "Cruella Cruel", entoada por Roger (Kayvan Novak), marido de Anita (Kirby Howell-Baptiste), protagonistas do desenho.

Emma Stone e Emma Thompson esbanjam química em cena, mas é difícil superar a magia de ver Glenn Close no papel dos anos 1990. A nova Cruella ainda é magnética, mas o longa se propõe a humanizá-la a qualquer custo, enfraquecendo um pouco seu rastro de maldades.

A duração do filme também o torna uma experiência enfadonha. São 2 horas e 14 minutos de tela e não seria difícil conseguir um corte mais ágil, se livrando de algumas cenas longas demais e certas explicações desnecessárias.

As qualidades, felizmente, sobrepõem os defeitos e "Cruella" merece sim ser visto. Mas prepare o bolso: para assistir ao filme no Disney+, o assinante do serviço precisa desembolsar mais R$ 69,90!