Chris Pratt: ''The Electric State' é sobre nossa dependência da tecnologia'
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Chris Pratt não é estranho à tecnologia —ao menos em mundos de fantasia. Em pouco mais de uma década, em especial nas séries "Guardiões da Galáxia" e "Jurassic World", o ator trabalhou em projetos em que a realidade é expandida por meio de personagens e mundos digitais. "The Electric State", aventura dirigida pelos irmãos Anthony e Joe Russo, é o momento em que estes avanços mordem os calcanhares de seus criadores.
"Achei curioso e inovador uma aventura empolgante e feita para toda a família abordar temas relativamente pesados", conta o astro sobre o novo filme, que salta os cinemas para ser lançado diretamente na Netflix. "'The Electric State' é sobre tecnologia e nossa necessidade de conexão com o que entendemos por família", continua. "Ao refletir nossa dependência da tecnologia, faz uma verdadeira análise sobre a humanidade, mesmo que boa parte dos personagens sejam robôs."
Em "The Electric State", Pratt é Keats, sujeito solitário que vive de contrabando e pequenos delitos em uma década de 1990 alternativa. Neste mundo, robôs independentes e autossuficientes, guiados pela evolução da inteligência artificial, entraram em guerra contra a humanidade, sendo finalmente derrotados e exilados ao fim do conflito. É como se a batalha de homem e máquina em "Matrix" tivesse um desfecho diferente.
Neste cenário, Keats, que é simpático aos robôs, mas preferiu não se envolver na guerra, se torna guia involuntário da adolescente Michelle (Millie Bobby Brown), que busca o paradeiro de seu irmão caçula, quem ela acreditava estar morto, e sua conexão com um robô estranhamente familiar. A jornada os leva em uma trama que envolve um governo totalitário, comandado por uma corporação gigantesca, e o próprio futuro da raça humana.

Embora "The Electric State" se posicione como um alerta sobre um futuro por demasiado artificial, Chris Pratt enxerga a evolução, pelo menos em sua área, com bons olhos. "Eu faço filmes que dependem bastante CGI [imagens geradas por computador] há mais de uma década e percebi o quanto a tecnologia evoluiu", explica. "Mas no set, ao menos no que diz respeito ao momento em que estou lá, o processo não mudou drasticamente."
O ator conta que ele atua ao lado de profissionais com trajes de captura de movimento que depois serão transformados digitalmente nos robôs com os quais seu personagem contracena. "Os trajes são mais avançados, assim como o cenário e o dinamismo das câmeras", revela. "Mas a maior parte dessa evolução está no processo de pós-produção, e a essa altura meu trabalho já está feito."
Pratt acredita que o mundo criado para "The Electric State" traz potencial para crescimento e expansão, mesmo que o filme não tenha sido planejado originalmente como série. "Gosto não só do mundo, mas também da época, dessa versão alternativa dos anos 1990", explica. "É um sentimento nostálgico de um mundo que nunca existiu, mas que nos faz imaginar que o vivemos pela música, as roupas e toda direção de arte."
O investimento pesado do gigante de streaming em sua produção —como praxe, os números não são oficiais, mas o orçamento é estimado em inacreditáveis US$ 320 milhões (cerca de R$ 1,8 bi)— sugere que essa adaptação do livro ilustrado publicado em 2018 pelo sueco Simon Stålenhag pode ter pernas longas. "Se os Russo e Millie voltarem, eu topo", crava Pratt, que ressalta seu fascínio por uma história que nos força a examinar nossa dependência da tecnologia. "Toda ficção científica deveria questionar a realidade."

Antes de me despedir, contudo, trago à tona a promessa da volta do Senhor das Estrelas, feita ao final de "Guardiões da Galáxia Vol. 3". Com os Russo se aproximando da produção de dois novos "Vingadores" para a Marvel —"Doomsday" e "Guerras Secretas"—, pergunto se ele tem algum comentário... ou se snipers estariam prontos para puxar o gatilho.
"Com certeza estamos na mira", conclui Chris Pratt com uma gargalhada. "Tudo que posso dizer é que não posso dizer muito, a regra é manter o bico fechado." Ele olha para os lados e, por fim, joga para a plateia: "A promessa do retorno do Senhor das Estrelas será cumprida".
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