Roberto Sadovski

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Opinião

Brasil no Oscar 2025: Minhas previsões finais em todas as categorias!

Que temporada, não é mesmo? Neste domingo, bem no meio da folia de Momo, o Brasil volta à maior festa do cinema mundial. "Ainda Estou Aqui" concorre em três categorias do Oscar, com grandes chances de trazer ao menos um careca dourado para casa. Não importa o resultado, já é a maior noite do cinema nacional fora de casa.

O Oscar 2025, por sinal, chega embalado por uma das maiores polêmicas de sua história. "Emilia Pérez", recordista com 13 indicações, viu seu brilho esvair-se na cola das declarações infelizes de sua protagonista. Neste vácuo, disputado entre "O Brutalista" e "Conclave", foi o drama "Anora" quem emergiu como favorito a Melhor Filme após garfar os prêmios da associação de produtores e de diretores.

Ainda assim, é difícil prever como a festa vai se desenrolar. Adrien Brody ("O Brutalista") e Timothée Chalamet ("Um Completo Desconhecido") batem cabeça no páreo de Melhor Ator - com leve vantagem para o primeiro. Se algumas categorias parecem mais definidas (como a dos coadjuvantes), outras permanecem sob uma imensa interrogação ("O Robô Selvagem" ou "Flow"?). Dúvidas, dúvidas.

Bagunçando a balança

O meio de campo ficou embolado mesmo na disputa para Melhor Atriz. Demi Moore ("A Substância") saiu na frente, contando com a torcida da casa e com a predileção por histórias de superação que o imaginário hollywoodiano tanto gosta. Já Mikey Madison ("Anora") traz o frescor de um talento nato que explode em sua primeira grande chance como protagonista. Em outros tempos, eu diria que a disputa está aí.

Mas, quer saber? Com a atenção dividida entre duas performances tão geniais quanto antagônicas, começo a achar que Fernanda Torres será o elemento a bagunçar a balança. Não por estatísticas ou por simpatia (que nossa estrela transborda!), e sim por seu trabalho sublime em "Ainda Estou Aqui", uma interpretação sóbria, bem calibrada, complexa e surpreendente em cada camada. Quem a viu no filme de Walter Salles não tem dúvida para quem vai o Oscar.

"Ainda Estou Aqui", diga-se, chega ao Oscar como fenômeno. Em casa, já levou mais de 5 milhões de pessoas aos cinemas; nas bilheterias internacionais já encosta em respeitáveis US$ 30 milhões. Ignorar o impacto das 13 indicações de "Emilia Pérez" ao Oscar é bobagem, já que o filme de Jacques Audiard segue como adversário formidável na categoria de Melhor Filme Internacional.

Ufanismo gritante!

Ao longo das últimas semanas, coincidindo com o período de votação do Oscar, mais e mais membros da Academia tiveram a chance de assistir ao filme de Salles. Ali, no escurinho da sala de projeção, não existe hype, não existe lobby, não existe campanha: o que fala alto é o entrelace de domínio técnico e impacto emocional. Com isso em mente, a realidade do Oscar passa a ser concreta.

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Não é meu primeiro rodeio acompanhando a cerimônia do Oscar. Na verdade, eu lembro da euforia quando "Central do Brasil", do mesmo Walter Salles, foi indicado como Melhor Filme Estrangeiro (esse era o nome na época), num já distante 1999. O filme foi capa de SET, revista especializada em cinema que tive o privilégio de comandar por mais de uma década.

Na ocasião, apesar do otimismo, o Oscar do Brasil foi freado pelo superestimado "A Vida É Bela" e pelo lobby fulminante do então über produtor Harvey Weinstein. O jogo agora é outro, as cartas estão na mesa, domingo sai o veredito. A seguir listei minha previsão final para todas as categorias. Só não conte comigo para preencher o bolão: o ufanismo, por mim, falou mais alto!

Melhor Filme
"Anora"

Melhor Direção
Sean Baker por "Anora"

Melhor Atriz
Fernanda Torres em "Ainda Estou Aqui"

Melhor Ator
Adrien Brody por "O Brutalista"

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Melhor Atriz Coadjuvante
Zoe Sandaña por "Emilia Pérez"

Melhor Ator Coadjuvante
Kieran Culkin por "A Verdadeira Dor"

Melhor Filme Internacional
"Ainda Estou Aqui"

Melhor Animação
"Flow"

Melhor Roteiro Original
"Anora"

Melhor Roteiro Adaptado
"Conclave"

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Melhor Fotografia
"O Brutalista"

Melhor Montagem
"Conclave"

Melhor Figurino
"Wicked"

Melhor Maquiagem
"A Substância"

Melhor Direção de Arte
"Wicked"

Melhor Canção
"El Mal", de "Emilia Pérez"

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Melhor Trilha Sonora
"O Brutalista"

Melhor Som
"Duna Parte 2"

Melhores Efeitos Visuais
"Duna Parte 2"

Melhor Documentário
"Porcelain War"

Melhor Curta Metragem
"The Last Ranger"

Melhor Documentário em Curta Metragem
"The Only Girl in the Orchestra"

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Melhor Curta de Animação
"Magic Candies"

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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