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Edmilson Filho quebra tudo como um agente secreto bem brasileiro
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Em uma base secreta subterrânea, escondida numa ilha no meio do oceano Atlântico, o agente secreto Karkará enfrenta um exército de capangas para recuperar uma fórmula secreta, roubada do governo brasileiro. Sem contar com o arsenal de gadgets disponível a outros espiões mais famosos, exceto por seu braço biônico, ele resolve a missão com o cérebro e, claro, no braço. Ethan Hunt? James Bond? De forma alguma! Aqui é Brasil!
Esse é um resumo de "C.I.C. - Central de Inteligência Cearense", que Edmilson Filho está filmando sob a direção do parceiro Halder Gomes (eles fizeram juntos "Cine Holliúdy", "O Shaolin do Sertão" e "Bem-Vinda a Quixeramobim"). Ao contrário dos outros trabalhos da dupla, o foco aqui é temperar a comédia com uma dose caprichada de ação. O motivo é simples: precisamos de heróis com nossa cara.
"O Brasil não tem heróis no cinema", conta Edmilson Filho, que me ligou direto de Fortim, cidade no litoral cearense, onde a produção fica até dia 9 de junho com o fim das filmagens. Quando menciono o capitão Nascimento, personagem de Wagner Moura em "Tropa de Elite", que muitos consideram uma figura heroica, o ator é didático: "Ele serve para contar aquela história naquele momento". Faz sentido.
O papo é diferente na concepção do agente Karkará, papel do próprio Edmilson. "O objetivo com 'C.I.C.' é ter um herói que daqui a dez, vinte anos, possa ser feito por outro ator", continua. "A ideia é ter várias aventuras. Estamos fazendo uma semente que pode cruzar gerações como James Bond."
Claro que, nos filmes do agente 007, "ação" é sinônimo de pirotecnia e cenários mirabolantes que saem do papel com orçamento de US$ 200 milhões. Como "C.I.C." tem um preço de cerca de R$ 10 milhões, o que provavelmente bancava o chá da tarde de Daniel Craig, Edmilson optou por investir em seu diferencial, algo que raramente é usado no cinema nacional: sua formação em artes marciais.
"Eu sempre usei muito o meu corpo para me expressar, se não lutasse provavelmente seria bailarino", explica. "O Halder também tem esse background, então desenvolvemos uma história que pudesse ser construída como uma aventura de artes marciais."
A aventura do agente Karkará tem, portanto, piada e muita ação. "Ele já começa o filme como um herói", continua. "Não é como Jackie Chan que em seus filmes geralmente aprende a ser um herói." No caso do espião cearense, um herói com braço biônico.
O apêndice cibernético, que conversa com Karkará e será materializado com efeitos especiais simples, é a desculpa para o agente resolver as coisas no muque.
"C.I.C." terá pelo menos uma dezena de cenas de luta em que o espião, ao lado de um colega paraguaio e uma agente argentina, enfrentam as forças da organização criminosa R.O.L.A. (Edmilson não me contou o que significa a sigla nem a poder de reza) para recuperar a tal fórmula.
"Existem dois estilos de cenas de luta, o de Hollywood e o de Honk Kong, que existe mais técnica", explica. "Temos contato com pessoas que trabalham com stunts e sempre trocamos experiências. Para rodar nosso filme usamos um pouco de cada escola."
O resto do elenco precisou suar a camisa para entrar no ritmo. "Quem não lutava teve de ensaiar, treinamos por cerca de um mês", continua. "O Andre Segatti já tinha uma ideia de luta. Já o Gustavo Falcão fez aulas comigo e com os dublês."
No Brasil, a combinação de humor e com uma certa habilidade física era parte das aventuras cinematográficas dos Trapalhões nos anos 1980. E só. Desde então, os caminhos do cinema nacional deixaram a mistura de humor e ação de lado. "Eu entendo, já que nem todo ator traz essa combinação, principalmente aqui", ressalta Edmilson.
"Fora do Brasil, talvez Jackie Chan seja o exemplo mais evidente. Mas nosso trabalho é um aprendizado que vem de Chaplin, Chan, Trapalhões. É todo um jardim do qual a gente pode colher qualquer coisa, comediante não pode ter pudor!" Ele respira, sorri e arremata: "Tudo isso misturado com a comédia fuleira do Ceará".
"C.I.C. - Central de Inteligência Cearense" deve chegar aos cinemas brasileiro em abril de 2024.
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