'Vale Tudo' escancara como é difícil ser mulher hétero e solteira

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Entre tantos assuntos abordados pela novela "Vale Tudo", um tema não tem ganhado a devida atenção do público: a dificuldade da mulher heterossexual em arranjar um homem que preste. De forma consciente ou não, o atual folhetim das nove da Globo fez um panorama das opções pouco auspiciosas de homens que uma mulher solteira encontra no mercado, retratando os piores tipos masculinos que pipocam por aí e que são capazes de despertar diferentes gatilhos.
Afonso, por exemplo, é o falso príncipe encantado. De início, parece ser o cara dos sonhos. É bem nascido, bem educado, se mostra preocupado com causas sociais, mas não consegue enxergar um palmo além de seu umbigo. Se as coisas não forem como ele quer, Afonso já amarra uma tromba e faz a mulher se sentir culpada por não fazer suas vontades. O herdeiro da família Roitman é uma versão asséptica e politicamente correta do boy lixo, que sabe ser tóxico e manipulador com um sorriso no rosto.
Ivan, por sua vez, é um exemplo de frouxidão. O cara não tem atitude, nem firmeza para bancar os próprios sentimentos. Está sempre mais preocupado em causar uma boa impressão no trabalho do que em valorizar questões pessoais. Deixou-se levar pela beleza e pelas investidas de Heleninha e esqueceu facilmente Raquel, a quem dizia amar. Vale pontuar que, na cama, Ivan não deve ser um grande talento. Afinal, Leila viveu um casamento com ele sem nunca atingir um orgasmo. Socorro!!!!
Já Marco Aurélio parece ser o oposto de Ivan. Centrado e focado, o executivo sabe o que quer da vida e ainda faz as mulheres gozarem. Mas ele é um poço de preconceito e tem um caráter bem duvidoso. Dá para se relacionar com um cara assim?
E o que dizer de Renato? Bom de lábia, amigo da galera, mas um folgado. Finge que trabalha, mas empurra o serviço pesado para os subalternos, que vivem assoberbados com tantas demandas. Além disso, o bonito tem dificuldades de se comprometer, um clássico entre homens contemporâneos.
"Vale Tudo", que tem pesado a mão na militância, acabou por militar, mesmo sem querer, em um tema que gera profunda identificação em parte da audiência: a falta de bons partidos. Nunca a ficção imitou tão bem a realidade.
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