Não está na hora da Globo voltar a produzir novelas espíritas?

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A reprise de "A Viagem" não mente: os brasileiros gostam de novelas com temáticas espíritas. Segundo dados do Ibope, a trama escrita por Ivani Ribeiro obteve 17 pontos de média em São Paulo em seus dois primeiros capítulos. Para efeito de comparação, nesses mesmos dias, "Vale Tudo", exibida em um horário com maior número de televisores ligados, conquistou 21 pontos na segunda e 22 na terça.
Desde que produziu "Espelho da Vida" (2018), a Globo nunca mais investiu no filão espírita que serviu de pano de fundo para grandes sucessos da emissora, como "Alma Gêmea" (2005), "Escrito nas Estrelas" (2010) e "Além do Tempo" (2015).
A opção por interromper a produção de narrativas que envolvem a doutrina espírita precisa ser revista urgentemente, pois, além da boa aceitação de "A Viagem", ano passado, a reexibição de "Alma Gêmea" também arrebatou os espectadores do Vale a Pena Ver de Novo.

Investir na temática espírita possibilita uma diversidade maior aos melodramas, já que essa doutrina oferece elementos bem específicos para construção de tramas, como reencarnação, que mexem com o imaginário e com a emoção do público.
Reencarnação, aliás, não é um tema que interessa apenas os espíritas. Segundo um estudo conduzido pela DataFolha, 44% dos católicos acreditam totalmente na reencarnação, taxa sete pontos percentuais acima da média nacional. Entre os evangélicos pentecostais, a taxa dos que acreditam chega a 26%.
Em tempos em que debatemos a necessidade de representatividade em todas as esferas, não podemos esquecer das crenças. A Globo já deu um passo importante nesse sentido ao trazer mais personagens evangélicos para suas produções. Falta agora abarcar o espiritismo e as religiões de matriz afrobrasileiras, que também são muito ricas e oferecem variadas possibilidades para a criação de histórias.
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