Ricky Hiraoka

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Opinião

Taís Araújo faz Raquel, de 'Vale Tudo', ser heroína que o Brasil merece ter

Cercada de expectativas e desconfianças, a estreia do remake de "Vale Tudo" acertou em cheio ao não implementar mudanças drásticas na apresentação dos personagens e dos conflitos principais. A fidelidade à versão original foi tamanha que o primeiro capítulo da nova "Vale Tudo" chegou a reproduzir diálogos que Aguinaldo Silva, Gilberto Braga e Leonor Bassères escreveram para Regina Duarte, Gloria Pires, Antônio Fagundes e Carlos Alberto Ricceli.

A grande diferença do início da "Vale Tudo" dos anos 1980 para a "Vale Tudo" contemporânea foi a duração do capítulo. Em 1988, a estreia da novela ultrapassou uma hora. Desta vez, a Globo optou por um começo mais enxuto, o que trouxe ritmo para a produção e potencializou as diferenças entre Raquel (Taís Araújo) e Maria de Fátima (Bella Campos).

O destaque absoluto dessa estreia foi Taís Araújo, que conseguiu imprimir uma personalidade diferente à Raquel feita por Regina Duarte. Enquanto a ex-namoradinha do Brasil soava histriônica e exagerada, Taís trouxe mais sobriedade à heroína sem perder a ternura e o otimismo da protagonista. Carismática e muito segura, Taís dominou todas as cenas. Da interação descontraída com os turistas nas Cataratas do Iguaçu aos confrontos com Maria de Fátima e Rubinho (Julio Andrade), ela mostrou as diversas facetas de Raquel, tornando a personagem a heroína que o Brasil há tempos ansiava: uma mulher de princípios, com coragem de enfrentar as armadilhas da vida sem perder a dignidade e sem se corromper.

Criticada antes mesmo da exibição da novela, Bella Campos alternou bons e maus momentos no primeiro capítulo. A intérprete de Muda de "Pantanal" ainda não encontrou o tom de Maria de Fátima e não conseguiu estabelecer a química necessária com Cauã Reymond, de quem será par romântico, nem convenceu na cena em que discutia sobre honestidade com o avô vivido pelo veterano Antônio Pitanga.

No geral, a estreia de "Vale Tudo" foi muito positiva. Com uma história bem amarrada e personagens desenvolvidos adequadamente, a produção tem tudo para fazer o público sintonizar na Globo no horário nobre.

Opinião

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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