Ricky Hiraoka

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Opinião

O que famosos podem aprender com a lista de supostos podres de influencers

O fim da semana passada teve gostinho de fofoca misturado com exposed nas redes sociais, que foram incendiadas por causa de uma lista anônima em que profissionais que trabalham para marcas e agências de publicidade elencaram avaliações sobre como foi trabalhar com influenciadores e famosos. Tudo feito anonimamente, claro.

Entre as poucas celebridades que receberam elogios estavam Sabrina Sato e Gil do Vigor, que foram definidos como profissionais e simpáticos. A maioria dos influenciadores digitais acumula reclamações que iam desde o comportamento grosseiro com as equipes até a falta de comprometimento e de criatividade com as entregas comerciais, além do despreparo do time que gerencia a carreira dessas celebridades.

Nomes que foram criticados duramente, como os criadores de conteúdo Malu Borges e Alvaro Xaro, se manifestaram em seus perfis fazendo um mea culpa.

Por responsabilidade jurídica, a coluna, que teve acesso a tal planilha, não reproduzirá nenhum dos comentários feitos, mas, após ler detalhadamente cada avaliação e levando em consideração que nem tudo que foi escrito pode ser 100% verdadeiro, fica claro que esse exposed traz uma lição para os famosos da TV e da internet: eles precisam adotar posturas mais profissionais.

Só assim eles vão construir uma reputação sólida, que pode ser imune a esse tipo de situação que tende a ser recorrente, já que a internet favorece o anonimato e o povo ama ver artistas e influenciadores sendo cancelados.

Com as redes sociais, as personalidades ganharam a chance de se tornarem veículos de comunicação, já que possuem um canal direto com o público e têm a liberdade de criar o conteúdo que bem entender. Se por um lado essa porta gera muito dinheiro, por outro traz como ônus a responsabilidade.

Não basta acumular números e esbanjar energia gracinha na internet. Quem decide explorar as possibilidades financeiras que as redes sociais permitem tem que estar atento e cuidar dos pormenores da produção de um conteúdo patrocinado. Afinal, são o nome e a credibilidade do famoso que estão em jogo.

Quando falo em profissionalismo, me refiro a ter disponibilidade e interesse para reuniões, a tratar pessoas com educação, a cumprir prazos, a realizar todas as entregas previstas e ser assessorado por uma equipe com formação e experiência, mas profissionalismo também engloba saber recusar trabalhos quando você sabe que aquela proposta não vai dialogar com sua comunidade. Não se deixar seduzir pelo dinheiro e ter essa transparência é essencial na construção de uma boa reputação.

Dificilmente alguém contrataria um engenheiro conhecido por fazer cálculos errados ou um advogado que tem fama de perder prazos de recursos. Por que alguns influencers acham que vão seguir fazendo publicidade se não entregam o conteúdo combinado, da maneira que foi acordada?

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Talvez isso ainda aconteça porque marcas e agências passam a mão na cabeça dessas pessoas por estarem iludidos pelo número de seguidores que elas possuem. E se as celebridades precisam ser mais profissionais, as agências e as marcas também têm que mudar a postura de atuação.

Insistir em nomes que eles sabem que dão dor de cabeça e que não cumprem o mínimo do que estabelecido só prejudica esse segmento e favorece a perpetuação de monstrinhos mimados, que seguirão se sentindo à vontade para agir como bem desejam.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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