Topo

Mauricio Stycer

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Novela das 18h, "A Vida da Gente" poderia ser exibida na faixa das 21h

Colunista do UOL

01/03/2021 15h06

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A volta da novela "A Vida da Gente", a partir desta segunda-feira (01), é uma oportunidade para conhecer o trabalho de Licia Manzo, uma autora que trata o espectador como adulto, interessado em assuntos sérios, diálogos inteligentes e tramas densas.

Tanto "A Vida da Gente", de 2011, quanto "Sete Vidas", de 2015, se estruturam basicamente em forma de debates - de ideias, sentimentos, posições. Como se os personagens estivessem o tempo todo em uma sessão de terapia, eles discutem entre si, a cada cena, os diferentes lados de cada questão.

Longe de ser chata, esta "DR" interminável acaba se tornando atraente por conta da elevada qualidade do texto. Nas duas novelas. Licia Manzo e seu time de colaboradores mostram ser especialistas em dar naturalidade e realidade aos diálogos.

As duas novelas foram exibidas na faixa das 18h, mas podiam tranquilamente ter passado no horário nobre, às 21h. Não por acaso, a próxima novela de Licia Manzo, "Um Lugar ao Sol", está programada para entrar no lugar de "Amor de Mãe".

Sobre "A Vida da Gente", para quem não viu ou não se lembra, é uma novela que fala sobre a amizade e a rivalidade de duas irmãs, Ana (Fernanda Vasconcellos) e Manu (Marjorie Estiano), e o amor de ambas pelo meio-irmão Rodrigo (Rafael Cardoso).

"A Vida da Gente" é recheada de bons atores em ótimas interpretações, além da dupla de protagonistas. Destaco as duas atrizes que vivem "vilãs": Ana Beatriz Nogueira, como Eva, a mãe de Ana e Manu, e Gisele Fróes, como Vitória, uma professora de tênis implacável.

Coloco aspas, muitas aspas, porque nas duas novelas de Licia Manzo os vilões são personagens bem humanos, que expõem neuroses e maluquices compreensíveis, ainda que odiáveis. Até uma partida de tênis pode ajudar a refletir sobre questões importantes da vida.

"A Vida da Gente" tem ainda Nicette Bruno (Iná, a avó das irmãs) num ótimo papel. E muito mais. A novela emociona o tempo todo. Mas não é baixo astral. E é um excelente aperitivo para conhecer o trabalho da autora da próxima novela das 9.