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Arlete Salles em 'Eu, a Vó e a Boi': 'Difícil foi lidar com ódio e rancor'
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Imagina morar em uma rua onde duas vizinhas se odeiam de morte. E que fazem as maiores barbaridades para acabar uma com a outra. Nossa, dá até um frio na espinha. Mas é com esse espírito bélico que chega à TV Globo, hoje (22), no ingrato horário das 2h, a série 'Eu, a Vó e a Boi'. Produto original Globoplay, exibido em 2019, a história é inspirada em um fato verídico e quem a conta são as atrizes Vera Holtz (Yolanda, a 'Boi') e Arlete Salles (Turandot, a 'Vó'), as vizinhas em questão.
Com esse título, a série só poderia ser uma comédia. Porém, ela tem humor ácido e está carregada da polarização que vem marcando a nossa sociedade. Diante disso, Arlete conta que entrou em contato com sentimentos bem duros para viver Turandot.
Essa polarização que atinge nosso país está retratada nessas duas personagens. Elas se mantêm ligadas pelo ódio e rancor. A dificuldade foi lidar com esses sentimentos que eu sempre tentei manter distantes, porque fazem parte do lado sombrio do ser humano. Mas para interpretar a Turandot eu tive que lidar com eles", conta a atriz.
Não deve mesmo ser fácil vibrar em uma energia tão baixa, mesmo que seja no mundo do faz de conta. Tanto que Arlete teve um apoio importante para entender esse universo pesado.
Entendi com uma psicóloga o que pode transformar uma pessoa em alguém assim, porque um bebê não é rancoroso, não é raivoso. A Turandot é uma mulher que infelizmente escolheu como os sentimentos condutores da vida dela o ódio e o rancor. Não é uma mãe feliz, não é uma mulher feliz, não foi uma amante feliz", analisa.
Ao contrário de Arlete, que é figurinha tarimbada em obras de Miguel Falabella e não esconde a alegria de estar novamente em um trabalho escrito pelo ele - o último, antes do ator, diretor e escritor não renovar contrato com a TV Globo, em junho 2020.
É que já sei que terei nas mãos um belo personagem. Miguel sempre me traz grandes tipos e a Turandot é um deles. A alma e as idiossincrasias do personagem estão impressas no texto. A série é um trabalho contemporâneo, moderno. Tem a poesia, tem a crítica, tem a sátira", elogia Arlete.
Entenda a trama das inimigas íntimas
Inspirado em fatos reais, "Eu, a Vó e a Boi" saiu da história de inimizade bélica e cômica, contada por Eduardo Hanzo a seus seguidores no Twitter, entre sua avó e a vizinha dela.
A trama traz uma história de inimizade de mais de 60 anos. Uma guerra declarada entre duas vizinhas capazes de tudo para prejudicar a vida uma da outra. De um lado, Turandot (Arlete Salles); do outro, Yolanda (Vera Holtz), a "Boi" - apelido dado pela primeira, ao concluir que "vaca" está fora de moda. Ninguém sabe quando tudo começou, mas já aposentadas, viúvas e, portanto, dispondo de tempo livre o suficiente nas mãos, nenhuma delas tem a menor intenção de propor um tratado de paz.
Em meio a esse embate, o neto em comum, Roblou (Daniel Rangel), tenta sobreviver ao ambiente hostil onde foi criado e se agarra à única oportunidade que encontra em seu caminho: Demimur (Valentina Bulc), menina cheia de sonhos com quem descobre as alegrias e as dores do amor. É pelo seu ponto de vista, um tanto fragilizado, que o público acompanha as constantes desavenças entre as duas senhoras.
A rua Tudor Afogado, inspirada no subúrbio do Rio de Janeiro é o cenário da guerra. Separadas por uma vala que praticamente materializa a aura de ódio e rancor entre as vizinhas, as duas famílias vivem frente a frente. Por ali, ninguém escapa ileso dos boicotes diários praticados pelas matriarcas. Quando Norma (Danielle Winits) e Montgomery (Marco Luque), filhos das rivais, se apaixonam perdidamente, tudo parece sentenciado ao caos eterno.
Eita, que se essa rua onde elas moram fosse minha, eu mandava era blindar as todas as casas, porque a guerra parece que está bem longe de ter fim.
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