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Luciana Bugni

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Erasmo em A Fazenda: o problema não é só ser machista, é ser chato também

Erasmo fica abalado após punição e desconta na mulher - Reprodução/Playplus
Erasmo fica abalado após punição e desconta na mulher Imagem: Reprodução/Playplus

Colunista do UOL

09/10/2021 04h00

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Na Fazenda, tem um papo de mexe com os ânimos da moçada: serem chamados de machistas. A simples menção ao assunto deixa os caras doidos: "Machista, eu? Que é isso, minha senhora, vou-lhe lhe explicar."

Erasmo é o campeão de críticas às críticas. Ele pode tudo, até conversar com passarinhos, mas ser chamado de machista, aí já é demais!

Nessa ávida luta por defender sua própria imagem, ele se perde de algo muito básico para quem quer ficar bem na foto: ser agradável.

Gente legal consegue até errar e ninguém pega no pé, já reparou? Erasmo não reparou. Ele está tão autocentrado e tem tanta certeza de estar sempre certo que nem cogita estar sendo grosseiro, desagradável, dando opiniões que ninguém pediu... esse tipo de coisa que gente chata faz.

Quando alguém aponta seu defeito, ele atribui a outra coisa: grosseria para ele, por exemplo, é sinceridade. Mesmo quando faz alguém chorar magoada, como aconteceu com Aline? Sim, porque se não é ele quem está chorando, tudo bem. A briga aconteceu por um motivo simples: após uma punição, todos foram proibidos de usar a academia de musculação. Eita, aí doeu no influencer.

Ele questiona carreira dos outros, mas a sua consiste basicamente em ser ex-marido de influencer, malhar e postar foto sem camisa para 1.8M de seguidores. Algum problema nisso? Nenhum, mas não se pode julgar a profissão dos outros, como ele fez com a bailarina Erika, que trabalhou no programa do Faustão. Respeito é legal para todo mundo.

Erasmo se diz feminista, mas vê problema até em como as mulheres levam o feminismo. Se diz aberto, mas critica o jeito como as mulheres levam o relacionamento aberto dentro do programa. Diz que cada um faz o que quer, mas chama quem não se porta como ele imagina que seja certo de vulgar. Diz que ser chamado de machista não condiz com a educação que teve, mas é bem mal-educado quando uma mulher pede a palavra — prefere ele mesmo ficar explicando suas verdades. Quer se defender, mas fala em exaltar o machismo (ué...). Nina Lemos definiu bem: é um machista negacionista. Eu chamo de chato.

No seu Insta, posta fotos que exaltem sua beleza afirmando seguir em busca da luz e do aprimoramento. Mas a luz que ele busca é a luz própria. E o aprimoramento é o dos outros, segundo seus próprios critérios.

Chato.

Uma relação com pessoas assim, que acham que o mundo gira ao redor de seu (belo) tanquinho, não é das mais interessantes também. O interlocutor se cansa de escutar tanto eu, eu, eu. Quem não cansa?

Machismo é um defeito horroroso, mas dá para pensar e rever algumas atitudes para não cair nessa cafonice de depreciar mulher (mesmo que seja com o rótulo de "estou falando para o seu bem").

Já ser chato... bem, eu não sei se tem cura para isso, não.

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