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Lucas Pasin

REPORTAGEM

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Vitão diz incomodar 'sociedade escrota': 'Não sou gay ou hétero, sou tudo'

Colunista do UOL

08/11/2022 04h00

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Vitão não quer ser definido por sua sexualidade, e muito menos que isso se torne algo tão relevante sobre ele.

Em entrevista a esta coluna de Splash, durante o prêmio "Men of the Year", o cantor, que recentemente desmentiu que estaria namorando um homem, afirma não se encaixar em rótulos ou siglas, e conta que gostaria que as pessoas se preocupassem menos com quem ele se relaciona.

"Dão uma importância descabida para a minha sexualidade. Com quem a gente transa ou se sente atraído não deveria ser algo tão importante para os outros. A liberdade ou não das pessoas, os lugares que elas podem ou não frequentar, as amizades, tudo na vida parece ser determinado a partir disso. Isso deveria ter uma importância menor", diz ele.

O cantor vê o sexo como "a arte do toque" e diz ser "uma pessoa que gosta de gente":

Não gosto nem de me definir dentro de alguma sigla. Fujo de rótulos. Não me defino como hétero, bi ou gay, eu sou tudo.

Vitão continua: "Criamos uma visão de mundo muito datada a partir da igreja e de dogmas sociais. Somos um país com a maioria cristã, e muita coisa da nossa mente fechada vem disso. Vivemos dentro de regras. Gosto de me relacionar, beijar e tocar, e de estar com pessoas com quem me sinto bem."

Mesmo sem abraçar a sigla LGBTQIA+, Vitão ressalta que entende a necessidade dela:

Óbvio que muita gente precisa disso para se firmar. Vivemos dentro de uma sociedade extremamente homofóbica. Vivemos em uma sociedade em que eu me sinto bem em incomodar. Gosto de incomodar. É uma sociedade escrota.

Vitão marcou presença no prêmio 'Men of the year' - ANDRÉ HORTA / BRAZIL NEWS - ANDRÉ HORTA / BRAZIL NEWS
Vitão marcou presença no prêmio 'Men of the year'
Imagem: ANDRÉ HORTA / BRAZIL NEWS

'Música me deu autoconfiança'

Já revisitando o ano que se aproxima do fim, Vitão diz que 2022 marcou sua liberdade, e que aprendeu a lidar com haters nas redes sociais. O cantor conta transformar os xingamentos em arte.

"Muito do ódio gratuito das pessoas, que me odeiam simplesmente pela minha forma de ser, acaba se tornando combustível. Me dá mais gás para entregar um disco foda e calar a boca de todo mundo. Sempre fiz isso e seguirei fazendo."

Alvo de críticas desde o início da carreira e, principalmente após se relacionar com Luisa Sonza, Vitão afirma:

Minha música me deu autoconfiança. Nos momentos em que me senti mais lixo, que é ainda a maneira que muitos me colocam, o que me trouxe segurança foi fazer música. Produzo. Toco todos os instrumentos, componho, e vejo que fiz tudo isso sozinho. Esse é o poder que eu tenho.