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Lucas Pasin

REPORTAGEM

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Dona da marca 'A Patroa' se reuniu com Marília dias antes do acidente aéreo

Colunista do UOL

12/06/2022 17h05

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Maiara e Maraisa e o escritório Workshow foram impedidos de utilizar a marca 'As Patroas', conforme noticiado por esta coluna de Splash ontem. Daisy Soares e Paulinha, da banda baiana 'A Patroa' foi reconhecida como proprietária da marca, e uma liminar da Justiça da Bahia determinou que, se as sertanejas utilizarem 'As Patroas' em publicidades, eventos, por meio físico ou virtual, terão uma multa de R$ 100 mil por utilização.

Esta coluna de Splash descobriu que Marília Mendonça - morta em um trágico acidente aéreo em novembro de 2021 - já havia conversado com a banda baiana sobre a utilização do nome 'As Patroas'. A 'rainha da sofrência' fez uma reunião virtual, em vídeo, com Paulinha, no dia 28 de outubro de 2021, oito dias antes de morrer em um acidente.

Na conversa - que durou cerca de 2 horas - participaram Marília, Maiara e Maraisa, e um advogado chamado Robson. Há print de vídeos da reunião em um documento pertencente ao processo.

De acordo com o relato no documento, Marília Mendonça reconheceu que Daisy Soares era a proprietária da marca "A Patroa" e estava disposta a resolver a situação de forma amigável. Marília teria brincado que ela e a dupla Maiara e Maraisa eram as "patroas nutella", enquanto Daisy e Paulinha seriam as "patroas raiz".

"Você é a patroa-mor, quem começou com todo esse rolê. A detentora dos direitos sobre o nome", teria dito Marília Mendonça, segundo consta no processo que corre na Justiça.

Com a morte de Marília Mendonça no dia 5 de novembro, Daisy Soares e Paulinha não receberam, segundo contam, nenhuma outra proposta para solucionar o direito da marca.

Maiara e Maraisa não podem mais utilizar a marca 'As Patroas' - João Valentino  - João Valentino
Maiara e Maraisa não podem mais utilizar a marca 'As Patroas'
Imagem: João Valentino

Entenda o processo:

Maiara e Maraisa foram impedidas pela Justiça de usar a marca 'A Patroa', seja no singular ou plural, após uma decisão deferida pelo juiz substituto Argemiro de Azevedo Dutra, da 2ª Vara Empresarial de Salvador, Bahia. A decisão foi proferida no dia 8 de junho.

Daisy Soares entrou na Justiça alegando que desde 2013 se apresenta como 'A Patroa' e que foi ganhando espaço com o nome no mundo musical. A artista aponta que é fácil identificar sua mensagem proposta com a utilização de 'A Patroa' desde seu primeiro show, em 2014. Com o sucesso da marca, Daisy conseguiu junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) o registro de 'A Patroa' em 2017, sendo a legítima titular da marca.

Ela conseguiu uma antecipação de tutela, ou seja, conquistou o direito total da marca antes mesmo do fim do processo por conta de danos ou riscos. O juiz da Bahia deferiu a tutela e alegou que a Daisy Soares conseguiu mostrar, por meio de documentos, que era proprietária da marca 'A Patroa'.

Apesar da tutela de proibição do uso da marca 'As Patroas', Maiara e Maraisa e a Workshow ainda não sofreram com uma sentença final e definitiva do processo na Justiça, e podem reverter a decisão.

Procuradas por esta coluna de Splash, Maiara e Maraisa e a WorkShow ainda não retornaram com um posicionamento. O espaço segue em aberto.