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Lucas Pasin

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Sem os 'medalhões', quem são os novos rostos do jornalismo da Globo

Colunista do UOL

02/05/2022 04h00

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A ordem no jornalismo da TV Globo é clara: diminuir custos e, consequentemente, acabar com os altos salários de "medalhões" da emissora. As mais novas baixas surpreenderam o público: Carlos Tramontina e Chico Pinheiro. Antes deles tivemos nomes como Fernando Rêgo Barros, Vico Iasi, Renato Machado, Francisco José, José Hamilton Ribeiro, Ari Peixoto e Eduardo Faustini, entre outros, numa lista que só cresce.

A pergunta que fica: com a saída de tantos nomes, quem são os novos rostos que passam a ganhar mais espaço na emissora?

Nos bastidores, se sabe que profissionais que ganham destaque na Editoria Rio estão bem vistos por Ali Kamel, diretor de jornalismo. Os principais jornalísticos da emissora, "JN" e "Fantástico" são desenhados no Rio de Janeiro. O "JN", por exemplo, tem redação integrada com os repórteres locais da capital fluminense, o que facilita a visibilidade deles para a projeção nacional.

Os repórteres Diego Haidar, Erick Rianelli, Lívia Torres e Pedro Figueiredo estão em crescimento na editoria e agradam a alta cúpula da emissora. Pedro, por exemplo, tem assumido boa parte das principais matérias do "Fantástico". Além de jovem, o jornalista, casado com o também repórter Erick Rianelli, agrada por integrar o time da "diversidade", outro fator decisivo para seguir no jornalismo da Globo.

Murilo Salviano, que integrava o time da Globo Brasília, foi transferido para o Rio de Janeiro e, ao lado da mineira Tábata Poline, também representa os "novos rostos do jornalismo" da Globo, com destaque no "Fantástico". Os dois chegaram a apresentar também a série "Fé Na Vida", série documental de três episódios, que foi ao ar em dezembro de 2021, e serviu como uma espécie de teste para a presença dos profissionais no jornalismo nacional.

Tábata ganhou ainda mais visibilidade no "Fantástico" após assumir pautas temáticas no dominical, posição que era ocupada por Maju Coutinho, promovida a apresentadora do programa.

Outro movimento que foi bastante comentado nos bastidores da emissora é a transferência do jornalista Ricardo Abreu, até então repórter e âncora da GloboNews no Rio de Janeiro, para o posto de setorista de política em Brasília. Ele se mudou com a mulher, a repórter Fernanda Rouvenat, também deslocada da capital fluminense para o Distrito Federal. "Todo mundo que faz esse caminho, volta depois como apresentador", destacou uma fonte de Splash, deixando claro o ciclo de sucesso do casal.

Em São Paulo, já há alguns anos, a Globo utiliza o formato do "G1 em 1 Minuto" para testar profissionais jovens, antenados no digital, que poderiam também ganhar mais destaque na grade televisiva. Mari Palma, atualmente na CNN, e Paula Paiva são bons exemplos de jovens que começaram no flash jornalístico e ganharam mais visibilidade.

Por falar na capital paulista, vale destacar outro nome que ganhou espaço e destaque merecido: Marcelo Pereira. O jornalista, antes de chegar em São Paulo, teve passagem como apresentador, editor e repórter em três diferentes afiliadas da "toda poderosa". Ele é um dos principais nomes apontados com boa chance para o comando de jornalísticos nacionais.

A oportunidade para profissionais não brancos, incluindo descendentes de asiáticos e negros, vem crescendo dentro da emissora. Já se sabe que jornalistas que integrarem o "núcleo diversidade" podem virar fácil aposta da direção. Muitos são trazidos de afiliadas da emissora e, por já receberem salários mais baixos e terem menos tempo de casa, viram o "rosto ideal" dentro de um cenário que pede economia.

Já sabe que próximos "medalhões" devem deixar a emissora em breve. O que para o público ainda surge como surpresa, na Globo é algo já bastante conversado e negociado em diversas reuniões para que tudo pareça "comum acordo".