Leão Lobo

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Opinião

Audiência da TV não acompanha mudanças tecnológicas e sociais

Os novos números de audiência têm causado preocupação entre os donos de emissoras de televisão e outras mídias. Como explicar, por exemplo, que o tradicional horário das novelas das 21h da Globo —que por décadas desafiou a concorrência com sucesso— já não é mais o mesmo? Nem mesmo com o remake de "Vale Tudo", uma das tramas mais icônicas exibidas nesse horário.

Os empresários do setor estão alarmados, pois os índices de audiência continuam sendo uma referência essencial para definir onde a indústria e o comércio devem investir seus recursos de publicidade —de automóveis a remédios, passando por alimentos e bebidas.

De repente, esses números passaram a parecer distantes da realidade do consumo de mídia da população. Os canais a cabo, com raras e honrosas exceções, nunca decolaram plenamente no Brasil. Em seguida, vieram as plataformas de streaming, também pagas, distantes do modelo gratuito da TV aberta. Somam-se a isso os celulares, que hoje acessam a programação televisiva por meio de aplicativos. Uma verdadeira revolução nos hábitos e costumes do público.

Muito se ouve que o brasileiro teria abandonado a TV aberta, mas basta entrar em qualquer residência para constatar que, na maioria das vezes, ela ainda está ligada e sintonizada na TV aberta.

No entanto, não se pode ignorar que crianças e jovens estão cada vez mais concentrados em seus celulares e computadores, muitas vezes assistindo aos próprios programas de TV por outros meios.

Os hábitos estão mudando, e, ao que tudo indica, o principal instituto de medição de audiência do país ainda não conseguiu acompanhar essa nova forma de consumir conteúdo. A Globo, assim como outras emissoras, tem promovido campanhas para reconquistar o público, mas, sem dados claros e atualizados, convencer novos anunciantes torna-se uma tarefa difícil. Como se costuma dizer: estamos todos passando por um momento desafiador.

E nem mencionamos os milhares de canais individuais no YouTube, que também produzem conteúdo e disputam uma fatia do mercado publicitário tradicional.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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