Uma novela só não salva uma emissora! O que acontece com 'Beleza Fatal'?

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O fracasso de "Beleza Fatal" na TV aberta, enquanto faz grande sucesso no streaming da Max, diz muito sobre a televisão brasileira. O primeiro pensamento que vem à cabeça é que a Band, simplesmente, não soube divulgar a joia que tem nas mãos. E essa impressão não está errada.
Trata-se de uma emissora que, ao longo dos anos, tentou investir em dramaturgia, mas sempre desistiu no meio do caminho. Exibiu novelas portuguesas e abandonou. Depois, apostou em tramas turcas e também largou. Ao mesmo tempo, construiu uma programação voltada ao público masculino, com destaque para o futebol e outros esportes.
De repente, sem uma base consolidada de telespectadores para esse gênero, decide lançar uma novela tão forte como "Beleza Fatal". Como esperar que o público, acostumado a outro tipo de conteúdo, mude seus hábitos do dia para a noite? Como sempre digo, televisão é hábito.

Há também o fator do próprio sucesso da trama de Raphael Montes no streaming. Quem já está imerso na lógica do "maratonar" dificilmente migraria para acompanhar a novela em capítulos diários.
Além disso, há quem defenda que uma novela feita para streaming não funciona na TV aberta. Confesso que essa teoria ainda não me convenceu. Para ter certeza, precisarei acompanhar mais experiências como essa.
O que me parece inegável é que estamos diante de um desperdício. Uma novela tão bem escrita, tão bem dirigida por Maria de Médicis, e interpretada com maestria por um elenco de peso —Camila Queiroz, Camila Pitanga, Murilo Rosa, Caio Blat, Vanessa Giácomo, Marcelo Serrado, Giovanna Antonelli e Herson Capri, todos nomes consagrados da nossa teledramaturgia— não merecia estar afundando no fracasso justamente na TV aberta, o espaço que popularizou tantos desses talentos.
Mas essa é a realidade que a Band nos apresenta.
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