Ananda Paixão superou câncer e deixou balé para pôr sua história na música
A pernambucana Ananda Paixão, além de ter um talento excepcional, também é um exemplo de superação. A jovem de apenas 27 anos enfrentou um câncer colorretal aos 23 e, após diversos tratamentos, conseguiu vencer a doença.
Ananda passou cerca de um ano e meio com sintomas da doença e começou a se tratar com médicos que diziam que os sintomas eram fruto de uma fissura anal, porém, como não sarava, uma médica pediu uma investigação mais profunda, o que levou à descoberta do câncer.
Antes de começar o tratamento, a cantora congelou seus óvulos, uma vez que a radioterapia podia levá-la à infertilidade --e foi o que aconteceu. Ananda realizou sessões de radioterapia, quimioterapia, teve que remover o reto e usou a bolsa de ileostomia por seis meses, quando pôde realizar a cirurgia para religar o intestino. A jovem chegou a ter metástase no fígado, mas, hoje, está há dois anos e meio curada.
Sua vivência a levou a escrever o livro "Por Trás das Cicatrizes: Precisamos Falar Sobre o Câncer de Reto em Mulheres", lançado em 2023, com o intuito de alertar outras jovens sobre o quadro e trazer perspectiva sobre o desfecho da doença.

Ananda é "do Brasil". Nasceu em Recife, morou em Santa Catarina, Distrito Federal, Maranhão e, atualmente, mora no Rio de Janeiro. Apesar de ter morado em diversos estados, nunca deixou Pernambuco fora de sua carreira, mesmo indo para um ritmo mais pop.
Desde novinha, já era envolvida com as artes, tanto que mostrou ter talento no balé e chegou a estudar, dos 9 aos 14 anos, no famoso Bolshoi, em Santa Catarina, na única filial da escola fora da Rússia. Mesmo com o talento e a bolsa de estudos, Ananda preferiu ir para a música. Ela brinca que sua família é musical "de não músicos, porque ninguém é profissional, mas todo mundo toca alguma coisa" e mesmo quando estava no Bolshoi era colocada para cantar nos recitais.
Agora, aos 27 anos, ela lançou o álbum "Cajuína" —nome de uma bebida não alcoólica típica do Nordeste, que virou patrimônio cultural (e é uma delícia). A escolha do nome não foi à toa. Em sua primeira música, "Arretada", de 2022, ela já cantava: "Cajuzinho, você não vai ter desculpa". Foi aí que começou a chamar seus fãs de "cajuzinhos". Em 2023, ela lançou a música "Caju na Cachaça", que entrou na trilha sonora do filme "Rodeio Rock", estrelado por Carla Diaz e Lucas Lucco.
O novo álbum tem 9 faixas, que revelam o estilo musical de Ananda e reforçam suas raízes nordestinas. A faixa "Xameguin", feita em colaboração com Mateus Carrilho, mistura ritmos de suas raízes nordestinas e do Rio de Janeiro, onde mora. "É o urbano com o rural, o velho com o novo, o antigo com o contemporâneo. Eu quis misturar minhas raízes com o que vivo atualmente", explica.
Além do novo trabalho, sua primeira música de trabalho, "Arretada", aquela lançada em 2022, entrou na trilha sonora de "Missão Porto Seguro", filme lançado no último dia 17 e que pode ser visto pelo streaming Prime Video. "Missão Porto Seguro" tem nomes de peso no elenco, como Miguel Falabella, Babu Santana, Antonio Tabet, Sophia Valverde e Giovanna Lancelotti.

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