Cauã Reymond e a arte de receber ordem de mulher

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Já vi Cauã Reymond de tudo que é jeito, em tudo que é novela, minissérie. Como bad boy, como bom menino, como petroleiro raiz, mas obedecendo mulher dessa maneira, acho que nunca tinha visto.
Sim, "Vale Tudo" começou agora a dar gosto, a esquentar e trazer personagens e cenas antológicas. Amo demais a dupla de secretárias, aliás duas das melhores performances da novela, Karine Teles como Aldeíde, e Consuelo, interpretada por Belize Pombal, com aqueles olhares, aqueles trejeitos, elas estão perfeitas e já entraram para a lista de minhas personagens inesquecíveis.
Mas a cena mais engraçada dos últimos tempos foi o César, de Cauã, e seu comparsa, colocando pra jogo um lote de bebês reborn que eles conseguiram de contrabando. Os takes e diálogos de Cesar andando pela cidade, pelo subúrbio do Rio, usando o pobre bebê para cantar mulheres, pra furar fila, pra comprar açaí, valeram demais.
Num daqueles botecos onde todo mundo tá cheio de sotaque, puxando esses erres, ele aproveita que está com uma criança no colo para furar a fila. Enfrenta olhares desconfiados e, quando deposita o bebê sem qualquer cuidado no balcão, a turma que estava esperando e deixou ele passar cobrou dele que aquele bebê não era de verdade.

Na hora ele explicou que era um bebê reborn e que emocionalmente ele dependia desse tal bebê. Não deu espaço para reclamação nenhuma e saiu andando como se nada tivesse acontecido.
Parece que Cauã e César nasceram um para o outro. Os dois estão se entendendo. A química com Bella Campos, a Maria de Fátima, com quem no começo ele andou se estranhando e ela com ele, voltou em ponto de bala. Os dois se beijam, se agarram, a temperatura realmente sobe e parece de verdade. São dois malandros, cínicos e aventureiros. Um recorte bem feito de um certo pedaço do Rio.

Mas o que chama mais minha atenção é quando ele se mostra apaixonado por Maria de Fátima, que é ainda mais truqueira do que ele. Ele morre de ciúmes dela com Afonso Roitman, ele obedece e cumpre todas as ordens que ela dá, como ele fica frágil diante dela. Impressionante como ela enrola ele. Como ela pinta e borda —interessante ver Cauã nesse papel.
Quando a coisa fica feia, quando o fio estica demais e ele ameaça picar a mula, ela dá um jeitinho, vai pra cá, vai pra lá, eles se beijam, eles transam e tudo recomeça de onde parou. Maria de Fátima, que é ativa na relação, manda no casal, traça os planos, ela que dá o norte e ela que carrega ele, tentando convencê-lo de que a estratégia dela pra fisgar o milionário vai acabar sendo bom para os dois.
Mas o caso é que o único romântico da história é ele, que estava apenas sonhando com um quiosque de açaí no Uruguai. Só isso. Ela queria um apartamento da Vieira Souto ou uma casona com piscina e percebeu que o golpe teria que ser em grandes estilo, não daqueles golpes mixurucas de malandros cariocas. Expectativa versus realidade.
Cauã já foi Jorginho, em "Avenida Brasil" e se saiu muito bem. Outro de seus pontos altos foi na série "Ilha de Ferro", onde ele contracenava com Sophie Charlotte: grandes momentos de temperatura máxima também.
Em "Amores Roubado"s, outro malandro que traçava literalmente todas as mulheres do elenco: afinal quem vai resistir a um pedaçudo desses?
É mais do que sabido que homem pelado, ou apenas de peito nu garante qualquer novela e em "Vale Tudo" tem vários deles, amantes de Odete Roitman, ou ex-amantes ou futuros amantes, tanto faz porque são todos os gostosões.
Para Cauã, não é que deve ser fácil ter aquele borogodó tudo, aquela beleza rara ainda por cima ser um excelente ator. Realmente, não tá fácil pra ninguém.
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