Novo Indiana Jones? Natalie Portman e Krasinski renovam cinema de aventura
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Um filme de aventura despretensioso, bem dirigido (por Guy Ritchie), com estrelas no protagonismo (Natalie Portman e John Krasinski) e um ingrediente novo: em vez da heroína e do herói serem um casal, são dois irmãos, que trazem no pacote tudo de bom e de rusgas que todos os irmãos têm.
Assim é "A Fonte da Juventude", que estreou na AppleTV+ e tem sido um dos filmes mais vistos da plataforma em mais de 90 países, superando outros grandes e ótimos filmes e séries.
Mas o segredo do sucesso de "A Fonte da Juventude" está exatamente na combinação de uma ótima produção, com direção de arte, fotografia e figurino impecáveis, elenco muito azeitado, mesmo que a combinação pareça esdrúxula, e a leveza de quem quer se divertir e fazer também divertir com uma aventura que adoramos ver no cinema.
Ainda que tenha estreado direto no streaming, esse é um "filmão-pipoca" na melhor definição da palavra. Vamos à trama: Luke Purdue (John Krasinski) é um caçador de tesouros inteligentíssimo que, para desvendar um dos maiores mistérios da humanidade, monta uma equipe de profissionais dispostos a se arriscar nessa grande aventura. Mas para que tudo dê certo, ele precisa de um aliado melhor e mais inteligente que ele: sua própria irmã, Charlotte (Natalie Portman).
O único detalhe é que ele chama a atenção dela, com quem não fala há cerca de um ano e de quem está distante desde que o pai deles morreu. O pai, aliás, foi quem treinou o olhar dos filhos, pois era um grande conhecedor de peças arqueológicas e obras antigas.
Luke começa o filme fugindo depois de roubar uma pintura rara e caríssima na Ásia. Já de volta a Londres, sua cidade natal, ele faz uma "visita" ao museu onde a irmã trabalha para roubar uma peça também rara e atrair sua atenção. Ela, que está enfrentando um divórcio complicado e teme perder a guarda de seu filho (o personagem de fato mais inteligente da trama), quer trucidá-lo, pois também perde o emprego por conta da "visita" do irmão.
Resta a ela se unir ao bando de Luke e se lançar à aventura, bancada por um bilionário à beira da morte, para encontrar finalmente a Fonte da Juventude. Mas para isso, antes, é preciso montar um quebra-cabeças. É então que a trupe, que inclui o garoto Thomas (Benjamin Chivers), o filho de Charlotte; o misterioso bilionário, Owen Carver (Domhnall Gleeson); além de dois assistentes essenciais para que tudo dê certo.
Na sua cola, a trupe tem o inspetor Jamal Abbas (Arian Moyaed) e a agente misteriosa Esme (Eiza González), que está a serviço de uma ordem que, aparentemente, tem como missão proteger a humanidade do maior perigo, ou seja, dela mesma. No meio do caminho, perseguições, grandes cenários reais, locações maravilhosas, como as clássicas Pirâmides de Giza, e um roteiro cheio de reviravoltas e boa dosagem de humor e aventura.
A julgar pela premissa, "A Fonte da Juventude" é um mix de outras clássicas histórias tanto da literatura, dos quadrinhos e do próprio cinema. Traz, sim, ecos de "Indiana Jones", "A Lenda do Tesouro Perdido", "Tudo por Uma Esmeralda" e tantos outros. Mas não tem medo de deixar isso bem claro e nem de afirmar em sua despretensão o fato de que está atualizando um gênero que merece, sim, uma repaginada de tempos em tempos.
"É muito raro ter esse tipo de oportunidade. Tem poucos filmes familiares sendo feitos, poucos filmes de aventura, poucos filmes que você realmente consegue ir para locações incríveis. Tanta coisa é feita com tela azul agora, então ter tudo isso em um filme assim foi uma oportunidade realmente extraordinária", comentou Natalie Portman em entrevista para Splash.

"Para mim, esses são os filmes que eu cresci querendo fazer, entende? Acho que tinha algum nível incrível de escapismo e imaginação nesses filmes, porque realmente acreditávamos que era possível. E estar em um filme desses agora, é incrível e emocionante", acrescentou Krasinski, que ganhou o status de criador de uma das maiores franquias dos últimos tempos, a ótima "Um Lugar Silencioso", que já trazia a inovação de ser um thriller de suspense de família.
Obviamente, o roteiro de James Vanderbilt (de "Zodiac", "Independence Day" e "Pânico") tem pretensões um pouco além da mera aventura. Quem procurar o tesouro mais afundo, vai se deparar com uma fábula sobre o poder ou o conhecimento.
"A fonte da juventude é mais um estado de esclarecimento, conhecimento ou consciência de que o que você está passando agora é o que importa. Henry Miller disse que se você está buscando o paraíso, acorde, pois você já está nele. E acho essa ideia muito boa. Essa consciência de que você faz parte de algo e pode ajustar e melhor as coisas agora, ao invés de desejar o que não tem", observou Krasinski em conversa com Splash.
"A questão é achar aquilo que te iluminava quando criança e manter esse fogo queimando para sempre. Manter aquela admiração, empolgação, paixão e curiosidade. Manter isso parece ser o objetivo o tempo todo", concluiu Krasinski, deixando a pista de que em breve pode vir um "Fonte da Juventude 2".
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