Flavia Guerra

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Reportagem

Em Cannes, presidente do júri Juliette Binoche fala de Trump e evita Gaza

"Trump está tentando proteger seu país, sua pele", disse Juliette Binoche, atriz francesa que preside o júri do Festival de Cannes 2025 ao ser questionada na tarde e hoje em conversa com a imprensa que cobre o evento, cuja abertura oficial ocorre hoje à noite. "Não posso afirmar exatamente, mas a gente tem uma comunidade forte de cinema na Europa", completou ela em relação à promessa de taxação de 100%, que o presidente dos Estados Unidos anunciou no início da semana passada, sobre filmes internacionais.

Fugindo de polêmicas, Binoche também não respondeu assertivamente quando questionada sobre o porquê não ter assinado a carta que artistas e personalidades de cinema internacionais assinaram em defesa de Gaza. "No futuro você entenderá", limitou-se a rebater.

No entanto, quando questionada sobre a importância do movimento #Metoo para a maior presença das mulheres em Cannes, que neste ano traz sete diretoras na competição oficial, no próprio júri que, além de Binoche, conta com Halle Berry, Alba Rohrwacher, Payal Kapadia, Leila Slimani! Completam o time, Jeremy Strong, Hong Sang-soo, Dieudo Hamadi, Carlos Reygadas. "Há 40 anos eu subi as escadas do Palais como filme do Techiné", disse ela sobre sua primeira vez no evento, em 1985, quando atuou em "Le Rendez-Vous" de André Téchiné. "E hoje eu sinto que cada vez mais gente vem a Cannes a cada ano. É um lugar necessário. O mundo está indo em direções perigosas e nessas horas a gente precisa mais de arte e de conexão humanas", disse ela.

Binoche afirmou que vai descobrir aos poucos como vai ser a dinâmica do júri. "Vai acontecer à medida que avançamos. A gente vai descobrir uma forma de ouvir uns aos outros. O que eu acho 'é que o que eu senti ontem à noite quando nos conhecemos é que a gente vai estar junto nessa jornada/ A gente vai ser responsável, cada um de nós, a ouvir uns a outros e fazer o melhor dos Palmarés (a escolha dos prêmios)", completou.

Sobre as novas regras do tapete vermelho, que neste ano proíbem o uso de vestidos muito volumosos e de nudez, Binoche se limitou a falar da queda da regra do salto alto, que não é mais obrigatório para se acessar as sessões de gala. "Desta nova regra sou a favor". Já Halle Berry, que afirmou que tinha um vestido volumoso do estilista indiano Gaurav Gupta e que não vai mais poder usá-lo em Cannes para não quebrar as regras, disse: "Da regra da nudez eu sou a favor."

Cannes 2025 começa nesta terça oficialmente com a exibição de "Partir un Jour", de Amelie Bonnin, e segue até o próximo dia 24 de maio, quando as Palmas de Ouro serão entregues.

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